Long live the Queen.
Corria o ano de 1945, quando a AMPAS tomou a melhor decisão de que há registo. A Academia de Hollywood perdeu-se de amores por Going My Way, de Leo McCarey. A obra viria a ganhar sete Oscars, incluindo o de Melhor Filme. Contudo, o grande herói da noite foi Barry Fitzgerald. A AMPAS gostou tanto do seu desempenho como padre Fitzgibbon, que resolveu eleger a sua interpretação para o Oscar de Melhor Actor e Melhor Actor Secundário. Hoje, os estudiosos – classe na qual nos incluímos com um largo sorriso estampado no rosto – acham que dois actores do mesmo filme, na mesma categoria, dividem votos. Há mais de sessenta anos, Fitzgerald dividia-se a si mesmo em categorias diferentes. As mentes mais iluminadas da AMPAS jamais ousaram atravessar novamente de forma tão latente os limites da compreensão humana. Daí para cá, não se voltou a verificar tamanha demonstração de astúcia e lucidez em Hollywood. Se bem que a não atribuição de qualquer Oscar a Ingmar Bergman ande lá perto. Porém, aí são múltiplos exemplos. Esta decisão garantiu que, por maior que fosse a borrada que viesse a fazer, jamais a AMPAS voltaria a deliberar algo tão imbecil. Novamente, a recente passagem a dez nomeados na categoria de Melhor Filme anda lá perto. Quem sabe, se passarem a cinquenta, talvez toda a gente encontre uma razão para passar a noite em frente do ecrã, na vã esperança de que o seu candidato concretize os 2% que tem. No final, tudo se resume às audiências da emissão. Os Oscars deixam de ser uma celebração da sétima arte, e são cada vez mais um espectáculo televisivo. Como nós, Meryl Streep acha que passar de cinco para dez não é solução ideal para conciliar público e indústria. Ou, neste caso, audiência e cerimónia. Não perdendo a visão financeira da coisa, Streep atira outra ideia para cima da mesa. Algo em que a AMPAS até parecia ter vindo a acertar, mas que para o ano volta a estragar. A actriz acha que a cerimónia dos Oscars devia ser antecipada ao máximo, quando a maioria dos espectadores ainda tem na memória os títulos que vão a concurso. Quando ainda se encontra marcada por eles. Streep vai mais longe, e diz que o dia ideal era 01 de Janeiro. Antes de todos os outros galardões serem atribuídos. Se já é um choque ganhar um Oscar, mais o é quando não se está à espera. Pelo menos, tanto. Em entrevista a EW, eis o que disse a rainha.
“As time has gone on, so many other televised award shows precede the Oscars, and I do think that’s diluted their importance…Certainly, everybody seems exhausted by the time the same people have trampled up on stage at the Golden Globes, the SAGs, the Broadcast Film Critics, the Baftas….There are so many now and they’re all on TV. I mean, you wanna see some real acting? Watch somebody who’s won five times before they get to the Oscars, then they get up on stage and they do the performance of, ‘Oh! Yes!’ Wow, that’s a big job! And who could blame them?…I think the Academy should move it up to Jan. 1 and preempt everybody else. That is the big Kahuna, it’s the one that counts. And I think it’s just so bizarre that they allow themselves to be the caboose”.
Pessoalmente, achamos que 01 de Janeiro seria um erro. 03 seria o mais indicado. Na primeira noite do ano, muita gente ainda está a dormir. A segunda é de recuperação. A terceira era a melhor, na medida em que serviria para voltar a trocar os sonos de quem vive a mais de sete fusos horários de Los Angeles. Isso é que era uma semana de arromba. Agora, porque se fala de Streep neste post, deixemos aqui o trailer de It’s Complicated, da genial Nancy Meyers, com Alec Baldwin e Steve Martin.
Bruno Ramos
Etiquetas: Alec Baldwin, Meryl Streep, Nancy Meyers, Steve Martin
1 Comments:
the words of wisdom have been spoken about this subject!!!!!
SENHORA TEM TODA RAZAO EM JANEIRO (n concordo com o dia mas definitivamente em janeiro)
acerca do trailer palavras pra kê é meryl streep e estas duas palavras sao suficientes pra saber k o k se vai ver tem kualidade :D
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