Deuxieme


sexta-feira, março 14, 2008

Esperam-se voos picados.

O post imediatamente anterior fala sobre dois pesos e duas medidas. Sobre como podemos mudar as regras do jogo, só por que nos apetece. Curioso como o feitiço pode virar-se contra o feiticeiro em tão pouco tempo. Se há coisa sobre a qual ainda não consigo formar uma opinião decente, com cabeça, tronco e membros, são os remakes. Num dia posso aplaudir de pé a decisão de pegarem naquele clássico maravilhoso – como acontece com o previsto Frankestein de Guillermo Del Toro –, para logo a seguir rogar pragas a todos aqueles que se lembraram de mexer no legado de determinado mestre. Apesar de tudo, acho que balanço cada vez para esta última posição. Não que rogar pragas traga saúde a alguém, no entanto, esta solução fácil já pareceu mais atraente. Sobretudo, neste caso.

Esta semana, Naomi Watts falou ao Shock Till You Drop, colocando um ponto final da especulação em torno do remake de Os Pássaros (Alfred Hitchcock, 1963), que nunca mais anda para a frente. Primeiro era para ser no inicio de 2008, depois passou lá para os finais, agora deve ser só em 2009. No entanto, descansem aqueles que receiam a queda deste projecto. Naomi Watts fez questão de afirmar que o argumento ainda não está completo, e por isso o filme é capaz de demorar. Mas, só isso. Demorar. Porque, o mais provável é que aconteça, e com Martin Campbell (Casino Royale, A Máscara de Zorro) na realização.

It's a work-in-progress at this point. I think it's a wonderful film. There are great things in it that interest me. The script isn't completely there yet, it probably won't happen until next year”.

Agora, talvez seja por estarem a remexer nesta obra, absolutamente inimitável, que devia permanecer nas nossas estantes como a única com este título, que tudo isto não me parece bem. Talvez haja mesmo uma fronteira que separa aquilo que pode ser repetido, daquilo que devia para sempre permanecer como exemplar único. Nestas coisas, há artes que são muito claras. No cinema, chamam-se remakes. Na música, covers. Na pintura, falsificações. Porque não há nada melhor do que um bom filme, o nosso único desejo é que o resultado seja satisfatório para todos, sobretudo para aqueles que se sentam na sala escura. Contudo, gostaríamos muito mais de receber outras aves raras, se é que nos fazemos entender.

Alvy Singer

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6 Comments:

Blogger João Bizarro said...

Porquê?

Para quê?

Em vez de andarem a fazer remakes de obras maiores deviam é repo-las nos cinemas e mostrar às novas gerações os grandes mestres.

15 de março de 2008 às 10:50  
Blogger Johnny Boy said...

Péssima ideia...

15 de março de 2008 às 20:32  
Anonymous Anónimo said...

Há imensos remakes na história do cinema. Se formos a ver muitas obras que hoje temos como «clássicas» são variações de filmes dos tempos do mudo, por exemplo.
No entanto, nos últimos tempos parece ter-se tornado moda refazer tudo, na maior parte dos casos com resultados inferiores aos «originais»: dos «clássicos» a filmes recentes orientais. É uma clara evidência de tremenda faltade imaginação por parte da indústria americana (porque é dos EUA que estamos a falar). A meu ver, lamentável. Tenham é ideias novas, que refazer Hitchcock's devia ser crime!

16 de março de 2008 às 00:50  
Blogger SAM said...

Remakes são difíceis de julgar, sem dúvida. Por regra, sou contra. Existem, contudo, alguns que são bons (se bem que se são melhores que o original é uma quetão a discutir - King Kong, por exemplo).

Agora, remake deste filme de Hitchcock? Para quê?, desculpem a pergunta inocente

16 de março de 2008 às 09:21  
Blogger Unknown said...

Eu proponho a Hollywood que faça remakes dos seguitnes títulos

- "Ordet"
- "Touch of Evil"
- "Sunrise"
- "Eraserhead"
- "How Green Was my Valley"
- "La Strada"
- "Night of the Hunter"
- "L'Atalante"
- "Playtime"
- "Ran"
- Etc

Assim só faz com que o público admire as obras originais e repudie os remakes.

17 de março de 2008 às 01:15  
Anonymous Anónimo said...

Pensava que já tinham a aprendido a lição com o remake do Psycho... se bem que fazer pior do que escolher Vince Vaugh para interpretar Norman Bates seja virtualmente impossível.

17 de março de 2008 às 23:53  

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