Um projéctil chamado Up in the Air.
Os textos são como as pessoas. Há os menos e os mais arrojados. Por sua vez, as pessoas são como as pizzas. A base é a mesma, o que difere são os toppings. Há uns dias deparámo-nos com um texto deveras arrojado, seguramente cozinhado por um tipo que aprecia toppings mais picantes. A prosa versava sobre as valências do trabalho de Jason Reitman, e de como estas o aproximavam a passos largos do legado de Billy Wilder. A constatação não pretendia comparar atributos, mas apenas alertar para o facto de, caso Up in the Air venha a ser um sucesso a toda a linha, talvez comece a fazer sentido afirmar que Reitman é o justo herdeiro ao trono que Wilder deixou vazio. O do realizador que privilegia, antes de tudo o mais, a qualidade do argumento. Não pretendemos fazer disto um cavalo de batalha, contudo, já que de equídeos se fala, não os coloquemos à frente da carroça. As reacções à exibição em Telluride transportam o filme para um patamar elevado, mas não de forma segura. A força gravitacional ainda puxa a mais recente película de Reitman para a mediania que é a troposfera. De um modo geral, o filme conquistou o coração – se é que essa é a parte a ser conquistada – da audiência. Anne Thompson, do Indiewire, não tem grandes contemplações.
“Writer-director Jason Reitman (and obsessive airline mile collector) played the crowd like a pro, hoping that the movie would live up to their expectations. He didn’t need to worry. The director, who debuted Juno here two years ago at the same theater, delivers a winner”.
Kris Tapley, do InContention, idem idem, aspas aspas.
“But the star of the production is Jason Reitman, who has crafted a screenplay both profound and entertaining, one with comedic rhythms that sing and emotional beats that resonate. That the effort is wrapped, on the surface, in a very timely tale that will hit the zeitgeist at just the right moment is testament to his patience with the project, one that has been nourished from a harmless romp, through a life accentuated by significant change, into a work of art”.
Agora, melhor mesmo é o desabafo de Sasha Stone no Awards Daily.
“And our friend in Telluride emailed to say that it’s a perfect role for Clooney. It should be mentioned, though, that one hopes the hype does not kill the movie. From what I’m reading, it is not Slumdog Millionaire – and it won’t be an across-the-board crowdpleaser”.
Não se parece com Slumdog Millionaire? Óptimo.
Alvy Singer
Etiquetas: George Clooney, Jason Reitman, Up in the Air, Vera Farmiga
2 Comments:
"Não se parece com Slumdog Millionaire?-óptimo".
Eh,eh,pois,para mim,é exactamente o contrário.
Eu,por acaso,partilho da ideia que Jason Reitman poderá ter o espirito de Wilder.Estou,por isso,com muita expectativa em relação a este filme.
Sou daqueles que adorou "Obrigado por Fumar"(para mim,surpreendentemente uma das grandes obras primas desta década)e gostei muito de "Juno"(uma delicioso comédia adolescente).
Venha este próximo filme o quanto antes.
Qual é o mal do Slumdog?
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