Desde que ficámos a saber que Ben Stiller integrará o próximo projecto de Cameron Crowe, tornámo-nos ainda mais curiosos em relação à agenda do actor. E, nestes dias, foi impossível passar ao lado do trailer de Night at the Museum 2: Battle at the Smithsonian. Na sequela, o Museu de História Natural é fechado para obras, e os artigos em exposição são colocados nos arquivos federais em Washington, D.C.. A partir daí, é o regabofe, tal como no primeiro capítulo. Stiller, Robin Williams, Owen Wilson e Dick Van Dyke recuperam os mesmos papéis. Amy Adams, Jonah Hill, Ricky Gervais, Bill Hader, Hank Azaria, Eugene Levy, e Christopher Guest prometem transformar o filme num festival de secundários. Shawn Levy regressa como realizador. Mais do que ser uma obra acarinhada pela crítica, o grande objectivo passará por um novo sucesso de bilheteira. Recorde-se que, em 2006, Night at the Museum arrecadou mais de 250 milhões de dólares, apenas nos Estados Unidos. Estamos em crer que bastará passar dos 100, para este ser o segundo tomo de uma trilogia. Aqui fica o trailer.
Para o bem e para o mal, Cameron Crowe demora, em média, três a quatro anos a fazer um novo filme. Senão, vejamos: Não Digas Nada (1989), Vida de Solteiro (1992), Jerry Maguire (1996), Quase Famosos (2000), Vanilla Sky (2001) e Elizabethtown (2005). Ali Vannila Sky, logo a seguir à obra-prima que é Quase Famosos, é que está a destoar. De resto, uma longa pausa separa os trabalhos. O próximo, não será excepção.
Esta semana, surgiu o primeiro título para a obra. Por enquanto, não sabemos se será apenas provisório, ou mesmo o definitivo. Para todos os efeitos, Deep Tiki é o nome no filme que contará com Ben Stiller e, muito provavelmente, Reese Whiterspoon nos principais papéis. Stiller será Brian Gilcrest, um consultor do armamento norte-americano de 37 anos, detestado por quase toda a gente. O seu único é Jeremy, um inteligentíssimo e perspicaz computador. Como resposta a uma agressão da China, Gilcrest é enviado para uma base militar inactiva no Havai, de modo a supervisionar o lançamento de um satélite que visa espiar o inimigo. A outra tarefa de Gilcrest será assegurar a confiança do congresso havaiano, ao lado do Major Lisa Ng, antes do lançamento do satélite. Quis também o destino que Tracy (Whiterspoon), o grande amor da vida de Gilcrest, vivesse também na ilha… com o seu marido e dois filhos. A produção deverá arrancar na Primavera do próximo ano. Já conhecida é a lista de algumas das músicas integrantes. Sabido é que, para Cameron Crowe, a banda sonora é tão ou mais importante que tudo o resto. E, a avaliar pela amostra, o bom gosto mantém-se.
“Don’t Be Shy” - Cat Stevens “Elevation” - U2 “Prodigal Son” - The Rolling Stones “Let’s Go Out Tonight” - The Blue Nile “Pac-Man Fever” - Buckner & Garcia “What’s New Pussycat” - Tom Jones “Baba O’ Riley” - The Who “She’s Leaving Home” – The Beatles “Ribbon in The Sky” - Stevie Wonder
Há por aí quem diga que Ben Stiller não é estrela de E grande. Que, ao contrário de muitos, com mais talento que ele, tem conseguido manter-se nas bocas do mundo, participando, aqui e ali, em filmes que pediam claramente alguém com mais estaleca. Que, ao contrário de alguns predestinados, Stiller não é material de Passeio da Fama. Que, a favor de injustiças perpetradas por carreiristas de Hollywood, o actor tem sido beneficiado inúmeras vezes, em detrimento de gente ilustre que não sabe mover-se convenientemente quando as câmaras se desligam. Porque, até certo ponto, as conversas de conveniência nos elevadores fazem mais do que as lágrimas vertidas naquela sentida cena. Que, nisto da selecção natural, e transpondo a teoria de Darwin para o plano da sétima arte, Stiller não comprova a sobrevivência do mais forte. No fundo, que a comédia ficaria muito melhor servida se Stiller desse um passo atrás, ou alguém lhe desse um empurrão para a frente – depende da perspectiva. Para os apologistas desta tese, na outra ponta do espectro encontramos actores como Paul Rudd ou Hank Azaria.
Aquilo que este seu mais recente filme, Tempestade Tropical, veio fazer, foi mostrar aos maiores censores de Stiller que, afinal, o filho de Frank Costanza sabe mesmo qualquer coisa sobre Cinema. Que, talvez, não seja o paradigma do pára-quedista que caiu não se sabe bem de onde. À primeira vista, Tempestade Tropical seria apenas mais um filme de Verão, com alguns compinchas de Stiller a fazerem o jeitinho de contribuir para meia dúzia de gags, e cem milhões de dólares nas bilheteiras. No entanto, Zoolander estava disposto a mostrar algo mais. Arregaçou as mangas, pegou o touro pelos cornos – transparência, a quanto obrigas –, e abraçou o projecto à boa maneira de Warren Beaty. Escreveu, protagonizou, produziu e realizou. Não querendo deixar o crédito por mãos alheias, havia que transformar este título na prova de que Stiller não anda aqui a brincar aos cowboys – de facto, uma paródia aos westerns vinha a calhar. O outrora teenager obcecado por Mary sentia isso, e nós também. É que o filme dos Farrelly já foi há dez anos, e aquele outro primeiro do sogro à perna também já não vai para recente. Urgia estimular uma carreira que, longe de estar à beira do precipício, já conheceu melhores dias. Não é por acaso que, logo no inicio, nos trailers que servem de apresentação aos artistas dentro do filme, Stiller é Tugg Speedman, um actor em descrédito.
Hoje, depois de Tempestade Tropical, e antes de voltar a acertar no alvo, Stiller tem margem de manobra para fazer novamente uma mão cheia de filmes inofensivos, daqueles que não fazem sombra ao brilhantismo da sua passagem por The Royal Tenenbaums. É que este seu mais recente trabalho, é bem capaz de ser a melhor comédia em que já participou. Sempre. Um filme sobre um grupo de actores que se propõe a fazer o melhor filme de guerra de sempre. Speedman (Stiller), Lazarus (Robert Downey Jr.) e Portnoy (Jack Black) são os protagonistas. Quando as coisas começam a correr mal, e o realizador mostra não ter mão no vedetismo das teimosas estrelas, o produtor Les Grossman ameaça fechar as filmagens. Então, num acesso de loucura misturado com genialidade, ocorre ao realizador levar os actores para o meio da floresta, e rodar o filme com toda a improvisação de um estilo guerrilla. E, aí é que começa o verdadeiro filme – numa obra claramente divida em dois momentos distintos, é por demais evidente a atrocidade de um intervalo que vem quebrar o ritmo da narrativa.
Num título sobre os meandros da sétima arte, não podiam faltar provocações a temas como o product placement, a crescente febre da adopção, dependências, o papel dos agentes, ou a autoridade de um produtor. Ao pé do maravilhoso Grossman de Tom Cruise, o Ari Gold de Jeremy Piven é um puto reguila. Robert Downey Jr. assume todo o protagonismo, e justifica o alarido em torno da sua interpretação. Considerações para o Oscar de Melhor Actor Secundário são mais do que justas. Jack Black cumpre os objectivos mínimos, e participa no melhor gag de todo o filme. Sem mãos. Jay Baruchel, Brandon Jackson, Steve Coogan e Nick Nolte completam o elenco sublime de Tempestade Tropical, a mais entusiástica sátira a Hollywood da última década. Com a devida distância, Stiller pode ter feito aqui para os filmes de guerra, aquilo que Mel Brooks fez em 1974 com Balbúrdia No Oeste, para os westerns. Com a devida distância, o tempo o dirá.
É difícil começar este post sem pensar na pesada notícia que marca o dia. Mais um súbito desaparecimento, para o qual não estávamos preparados, e que deixa mais pobre o mundo da sétima arte, vitima nos últimos meses de duras perdas. Nestas alturas, nada há a fazer senão lamentar a morte de tão prestigioso cineasta, e recordarmo-nos a nós próprios que teremos connosco as obras do Talento Mr. Minghella, sempre que nos quisermos lembrar da sua singularidade. No entanto, porque isto não passa de um filme ininterrupto, no qual vamos deixando as nossas deixas e interpretando a nossa parte, há que continuar, e olhar em frente. Assim, num dia assinalado pela pior das notícias, nada melhor do que partir à procura de um motivo para sorrir e voltar a ver o copo meio cheio. E, para isso, resolvemos ir buscar o trailer de Tropic Thunder.
Sobre este títutlo, antes de mais nada, importa realçar a realização de Ben Stiller. É verdade que Stiller já se sentou na cadeira de realizador por três vezes: Jovens em Delírio (1994), O Melga (1996), e Zoolander (2001). No entanto, esta sua quarta experiência atrás das câmaras é capaz de ter motivações inexistentes nas três anteriores. Quando pensamos em Ben Stiller, já somos capazes de dividir a sua carreira, pelo menos, em duas partes. Até há coisa de cinco anos, Stiller era um actor de comédias, umas, um enorme sucesso de bilheteira, outras, extremamente bem recebidas pela crítica. De há cinco anos a esta parte, Stiller passou a ser um actor de comédias, umas, um enorme sucesso de bilheteira, mas, quase nenhuma bem recebida pela crítica. Talvez o ponto de viragem na sua carreira tenha sido o incompreendido Duplex (2003), ao lado de Drew Barrimore. Dai para cá, este projecto amaldiçoado parece ter estendido o azar aos restantes projectos, mais ou menos falhados, do actor: Starsky & Hutch (Todd Phillips, 2004), Envy (Barry Levinson, 2004), Achorman: The Legend of Ron Burgund (Adam McKay, 2005), e The Heartbreak Kid (Bobby Farrelly e Peter Farrelly, 2007). Nem mesmo Madagascar (Eric Darnell e Tom Grath, 2005) e Meet The Fockers (Jay Roach, 2004) tiveram a aceitação esperada. Ora, Stiller é um actor mal habituado, ou não tivesse participado em Um Sogro do Pior (Jay Roach, 2000), Doidos Por Mary (Bobby Farrelly e Peter Farrelly, 1998) e Os Tenenbaums (Wes Anderson, 2001), algumas das melhores comédias puras da última década.
Tudo isto para dizer que Stiller deve ser o primeiro a querer recuperar a mística de outrora, quando era por muitos considerado o digno sucessor de Jim Carrey na comédia de Hollywood. Ao assumir a realização deste filme, Stiller adquire por completo as rédeas deste projecto, esperando levá-lo a bom porto, recolocando a sua carreira no trilho certo. Ou isso, ou estas linhas não passam de um bela teoria sem ponta por onde se lhe pegue, apenas para encher chouriço.
A premissa do filme é relativamente simples: Após uma série de acontecimentos estranhos, um grupo de actores a filmar um filme de guerra de grande orçamento vê-se subitamente obrigado a transformar nos soldados que interpreta. O trailer não só nos mostra isso mesmo, como ainda nos leva a recordar Platoon (Oliver Stone, 1986), ali nos primeiros segundos. Algo que ainda não podemos ver para já são os cameos de Tom Cruise, Matthew McConaughey e Tobey Maguire.