Deuxieme


terça-feira, fevereiro 17, 2009

Perseguições.

Num artigo publicado no Daily Telegraph, Tim Shipman defende a existência de uma campanha contra The Reader, que a todo o custo tenta evitar a atribuição de um Oscar, a quem quer que seja que tenha participado neste filme. Thompson on Hollywood, na Variety, aborda a mesma questão, porem, muito à superfície. Shipman vai mais longe. Na próxima sexta-feira, com o tempo e dedicação que se exige, deixaremos as nossas impressões neste espaço sobre o filme de Stephen Daldry. No entanto, estas passagens podem ajudar a abrir caminho para aquilo que defenderemos aqui, dentro de três dias. Deixamos apenas o alerta para o facto de algumas destas pérolas poderem constituir-se como spoilers, para quem ainda não viu a obra.

Ron Rosenbaum, the author of the critically acclaimed book Explaining Hitler, last week branded the film inaccurate and ‘the worst Holocaust film ever made’, and called on Oscar judges to shun it. Film critics had previously suggested that the film was an example of ‘Nazi porn’ for its sympathetic treatment of Ms Winslet's character. In a direct attack on Ms Winslet's role and chances, Mr Rosenbaum - whose book is regarded as a definitive account of how Hitler won over ordinary Germans - called The Reader ‘a film that asks us to empathise with an unrepentant mass murderer’.

Since Ms Winslet's character accepts a longer prison sentence because she is too embarrassed to admit that she could not have written a report on the immolation of 300 women, Mr Rosenbaum said The Reader implies ‘that illiteracy is something more to be ashamed of than participating in mass murder’”.

Mas, a melhor de todas é mesmo esta. Já agora, aqui fica o texto do badalado Ron Rosenbaum.

Mr Rosenbaum's charges are particularly explosive because his book Explaining Hitler argues that ordinary Germans turned a blind eye to the persecution of the Jews from the beginning.

‘You had to be deaf, dumb, and blind, not merely illiterate, to miss what Kate Winslet's character seems to have missed while serving as a guard at Auschwitz,’ he said. ‘You'd have to be exceedingly stupid. As dumb as the Oscar voters who nominated The Reader because it was a 'Holocaust film'”.

Nem sequer têm direito a uma metáfora, uma alegoria, um eufemismo. Comparação pura e dura. Nós não iremos tão longe. Contudo, por agora, diremos apenas que The Reader é um frágil e delicado candidato ao Oscar de Melhor Filme. E, temos pena que Winslet possa vir a ganhar o seu primeiro Oscar pela mais débil das películas em que arrancou uma nomeação.

Alvy Singer

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sábado, janeiro 24, 2009

Roger Deakins.

O The Passenger, leitor deste espaço, chama à atenção. E, com razão. No entanto, não é que nos tenhamos esquecido de Roger Deakins. Apenas o queríamos abordar, num post exclusivamente a si dedicado. James Newton Howard, que este ano recebeu a sua oitava nomeação para um Oscar, começa a ser um caso bicudo. Contudo, Deakins já está num outro patamar. O mesmo em que se encontrava Randy Newman, quando ganhou o primeiro – e, ainda único – Oscar da sua carreira, ao fim de quinze nomeações. Roger Deakins já conta com oito designações para o mais importante galardão de Hollywood. A última delas, este ano, pela sua parceria com Chris Menges em The Reader. E, aquilo que nos move nestes prémios, como em quaisquer outros, é que ganhe o melhor. O imbróglio de Roger Deakins é que, este ano, por muita empatia que tenhamos pelo seu trabalho, acreditamos que dificilmente se fará justiça se, finalmente, levar o Oscar para casa. Sem termos ainda visto a sua contribuição no filme de Stephen Daldry, poucas têm sido as vozes que o elevam acima do trabalho de Wally Pfister (The Dark Knight), Claudio Miranda (The Curious Case of Benjamin Button), ou até mesmo de Anthony Dod Mantle (Slumdog Millionaire), que já ganhou o prémio de Melhor Fotografia no círculo de Nova Iorque. Nesta temporada, Roger Deakins ainda não ganhou qualquer troféu. E, com a devida dose de realismo exigida, o mais certo é terminá-la da mesma maneira. Contudo, muitos defendiam uma dupla nomeação para Deakins. Decisão difícil, no mínimo. A lente de Tom Stern, em Changeling, marca o passo da mise en scène. Ao mesmo tempo, a fotografia de Deakins em Revolutionary Road nunca nos deixa de surpreender. Só podem ser cinco. E, cinco são cinco.

Agora, o que nos está atravessado, e por muito tempo assim continuará – pelo menos, até Deakins levar o seu Oscar –, são as três vezes que deveria ter subido ao palco e, ao invés, permaneceu sentado na plateia a aplaudir alguém que reclamava o que, por direito, era seu. A primeira delas, em 1994, quando John Toll (Legends of the Fall) levou a melhor. The Shawshank Redemption merecia este Oscar. Se calhar, mais do que qualquer outro. Ao longo dessa temporada, Deakins havia ganho a distinção máxima da American Society of Cinematographers (ASC). A segunda, em 2001. Andrew Lesnie e a soberba fotografia de The Lord of the Rings: The Fellowship of the Ring arrebataram multidões. No entanto, nada superou a delicadeza de Deakins em The Man Who Wasn’t There. Que, nesse ano, ganhou nos BAFTA, American Film Institute e, mais importante, novamente nos troféus da ASC. A última, o ano passado. A fotografia de Robert Elswit, em There Will Be Blood, é de tirar o fôlego. Antes da cerimónia, Deakins não havia ganho na corrida aos ASC. Elswit chegou-se à frente nesse importante barómetro. Muitos pensaram que a Academia podia então fazer justiça, e premiar a belíssima fotografia de The Assassination of Jesse James by the Coward Robert Ford, que não só é de tirar o fôlego, como nos devolve imediatamente o dito cujo. Se já tinha tirado dois Oscar que, meritoriamente, pertenciam a Deakins, esta era a oportunidade ideal para a Academia redimir-se. Mas, não. Em 2007, ao contrário do que acontecera em 1994 e 2001, a AMPAS resolveu seguir a orientação da ASC. O magnífico trabalho de Deakins em Jesse James passou ao lado dos Oscar. O ano passado, dissemos aqui que, a seguir à categoria de Melhor Filme, a de Melhor Fotografia era aquela que despertava maior curiosidade. Hoje, podemos especular se a dupla nomeação – Deakins também estava nomeado por No Country For Old Men – não terá sido a causa desta infelicidade. Uma coisa é certa. Houve quem já achasse estar a ser perseguido por muito menos que isto.

Bruno Ramos

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quarta-feira, novembro 26, 2008

The Reader - Poster.

Photobucket

Um dia depois de termos abordado aqui as reacções mistas a The Curious Case of Benjamin Button, parece que o drama de David Fincher reuniu mais aliados do que inimigos. A verdade é que uma andorinha não faz a Primavera, e uma critica negativa não significa o quer que seja. No entanto, faltava aquele alvoroço frequente num candidato a toda a linha. Hoje, parece que mais gente acordou com vontade de enaltecer a visão de Fincher, o primor de Pitt, e a graciosidade de Blanchett. Contudo, deixemos este tema para outras luas. A procissão ainda vai no adro, e é tempo de olharmos para The Reader, filme que tarda em levar com uma avaliação. É que, apesar dos screenings, ainda não houve vivalma que dissesse de sua justiça. Kristopher Topley, do In Contention, lá escrevinhou umas linhas, quase por favor. Quando um critico vai a uma antestreia, e regressa ao local de trabalho a dizer Epá, mais lá para o final do dia logo digo o que achei, é porque boa coisa não vem lá. Afinal, não foi assim tão mau, e ficamos até com a ideia de que Topley considera The Reader como um candidato razoável. Hoje, o New York Observer fala-nos de um screening onde muito boa gente saiu a chorar. Desconhecíamos que esta variável é tida em consideração como prenúncio de algo valioso. Duvidamos que alguém tenha sacado de um cleenex, com as últimas cenas de Haverá Sangue, Este País Não É Para Velhos, Michael Clayton, ou Vista Pela Última Vez. Para não irmos mais longe. Aqui fica o mais recente poster da adaptação de Stephen Daldry, ainda sem data de estreia prevista para o nosso país.

Bruno Ramos

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segunda-feira, novembro 03, 2008

The Reader - Trailer.

Depois de, em 2006, se ter tornado na mais jovem actriz a receber cinco nomeações para os Oscares, aos 31 anos, e com apenas 19 filmes no currículo – Olivia de Havilland detinha o anterior recorde, ao ter granjeado o mesmo feito aos 33 anos, e com o mesmo número de filmes –, em 2008, Kate Winslet bem que poderá tornar-se na mais jovem de sempre a arrecadar seis nomeações. E, quem diz seis, diz sete. É que entre The Reader e Revolutionary Road, ainda não deu para perceber muito bem onde estará a grande aposta de Winslet. E, em The Reader, a britânica terá a seu lado um conterrâneo que, por esta altura, vai também recebendo buzz para duas nomeações. Uma pela interpretação neste filme de Stephen Daldry, outra pelo desempenho em The Duchess, de Saul Dibb. Uma coisa é certa. Ambos se perfilam como dois dos mais fortes candidatos a uma nomeação, bem como este filme em que participam.

Bruno Ramos

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