A lei de Murphy não dá tréguas. Por mais optimista que um tipo seja, nada garante que o resultado sustente uma face sorridente. E, no que toca a Watchmen, forças cósmicas parecem reunir-se no sentido de arruinar toda e qualquer experiência decorrente de qualquer mísera acção que tenha o filme de Zack Snyder como motor. Depois de um primeiro visionamento perturbante, seguiu-se um incentivo maciço, no sentido de dar uma segunda oportunidade à obra. Epá, tens de ver isso outra vez!,Olha que o filme é bom. Actualmente, a segunda pergunta mais colocada a Alvy Singer, logo a seguir a Então, tudo bem?, é Então, já gostas do Watchmen?. A ideia de um segundo visionamento sempre pareceu sensata. No entanto, impunha-se uma leitura da obra. Não voltaria a entrar na sala de cinema sem ler o livro de Alan Moore e Dave Gibbons. Com tempo livre, tirei dois fins de tarde na Fnac para papar a história em BD. Na primeira delas, um jovem leitor mais extrovertido decidiu atender o telemóvel, e falar à vontade uma boa meia hora. O habitual Ssshhh não foi suficiente. Os restantes ocupantes do espaço olhavam-se entre si, num claro processo de difusão de responsabilidade. Até que uma leitora mais arreliada, com Eu Hei-de Amar uma Pedra na mão, lá foi pedir ao deliquente para desligar. Ouvidos moucos. Havia de ficar mais um quarto de hora a palrar em público. No dia seguinte, um casal tirou a tarde, e a zona reservada para leituras, para lavar roupa suja. Uma valente discussão entre dois petizes, que só não acabaram à batatada porque um empregado da loja ouviu os berros da jovem encolerizada. Aliás, todo o centro comercial ouviu. Contudo, o mais importante é que a leitura, algo atribulada, chegou ao fim nesse mesmo dia. De modos que, este fim-de-semana, estava tudo a postos para o tal segundo visionamento. Porém, como não podia deixar de ser, a caminho do cinema, o carro aqueceu. Hoje surje a noticia de que Março foi o mês mais seco dos últimos onze anos. Abril segue-lhe as pisadas. Hora e meia parado, com os cabelos em franja – curtos, diga-se –, optei por voltar para trás. Hoje, um colega aqui da redacção envia-me este link. 6 Minutes to Midnight. Um trailer interactivo de dez minutos que anda a fazer as delícias da malta que pulou de contentamento com a adaptação. Agora é que vais atinar com o filme, vaticinava ele no mail. É capaz. Se ao menos conseguisse escrever a resposta logo no primeiro desafio. É que o raio da formatação esconde a linha onde devemos colocar a resposta, e não passa dali. Estou feito ao bife. A vontade é a de desistir de uma vez por todas e guardar Watchmen na gaveta.
Todos aqueles que visitam este espaço, sem excepção, olham para o Cinema com outros olhos. Para alguns, um simples apreço merecedor de atenção diária, a ver o que circunda por aí. Para muitos, um carinho especial que se traduz numa corrida às salas sempre que possível. Para outros, os cinéfilos inveterados, a segunda condição, a seguir à água, que possibilita a existência de vida no terceiro planeta deste sistema solar. E, permitam-me o desmazelo de colocar-nos a todos no mesmo saco, para nós, que fazemos parte deste último grupo, a sétima é a primeira de todas as artes. Aliás, ao defini-la como sétima, o que Ricciotto Canudo queria mesmo dizer era primeira. Saiu-lhe o tiro pela culatra. Quando, em 1911, o italiano e primeiro teórico do Cinema publicou o artigo La Naissance d'un sixième art. Essai sur le cinématographe, o que por lá se podia ler era que nesta sétima se resumiriam as outras seis. Musica (1ª), Dança (2ª), Pintura (3ª), Escultura (4ª), Teatro (5ª), e Literatura (6ª). Arte total e alma da modernidade foram algumas das expressões empregues para caracterizar a invenção de Thomas Edison, popularizada pelos irmãos Lumière – os primeiros Coen. Quase um século depois, somos obrigados a concordar com Canudo. E, se por cá andarmos daqui a cem anos, o mais certo é continuarmos a concordar. Agora, uma convicção deste género jamais poderá ser fruto de uma paixão assolapada. Há muito que o ardor irresponsável pelo Cinema deu lugar a um pragmatismo tão mais característico de um matrimónio. Hoje, arriscaria dizer que este laço de união entre Alvy Singer e as imagens em movimento não é uma paixão, mas antes um casamento. Com todas as virtudes e defeitos que este acarreta. Especialmente, no que respeita às rotinas. De há dois anos a esta parte, o dia não chega ao fim sem uma passagem pelo /Film, pelo Awards Daily, pelo Worst Previews, pelo AICN, pelo I Watch Stuff, pelo IMDB, pelo First Showing, pelo InContention, pelo Trailer Addict, e outros. De há mais anos a esta parte, a semana não tem razão de ser sem, pelo menos, uma ida às salas. As noites de sexta-feira e sábado continuam a ser as predilectas. Contudo, as outras também servem. E, para além disto, lá vão existindo atenções ocasionais como a ida a uma ou outra antestreia, aquisições de Dvds, aquisições de memorabilia, e outros caprichos. Isto já não é paixão coisíssima nenhuma. Isto é dependência. Habituação. É o viver com um vigésimo quarto par de cromossomas desconhecido à luz da Medicina, mas que dá pelo nome de Cinefilus Agudus. Daí que quando nos zanguemos – que acontece raramente –, a briga seja feia. Num namoro que cheira a fraldas, uma discussão é apenas o pretexto para um beijo mais caloroso passado meio minuto. Num matrimónio, é verdade que continuamos a ter o make up sex, mas demoramos mais tempo a chegar lá. Jerry Seinfeld acredita que a importância de um favor é medida pelo intervalo que dura entre o dizermos que precisamos de pedir um favor, e dizermos qual é o favor. O mesmo pressuposto servirá para postular que uma desavença na relação é determinada pelo tempo que demoramos a fazer as pazes. Nada mais natural.
Isto tudo para dizer que o afastamento do Deuxieme se deveu a um arrufo com o Cinema. Uma espécie de amuo, confundido com incompreensão. E, até poderiamos atribuir a culpa a Zack Snyder. No entanto, não iremos por aí. Assumimos responsabilidades. No fundo, só assim a relação poderá sobreviver. Mas, para clarificar um pouco as coisas, convém dizer que, quase três semanas depois, continuo a ser incapaz de formar uma opinião com cabeça, tronco e membros, em relação a Watchmen. Há coisa de duas semanas, já alguns dias depois de ter assistido à adaptação no grande ecrã, prometi a mim mesmo que não colocaria qualquer post neste espaço sem antes falar no filme de Snyder. A verdade é que as palavras continuam a escapar-me por entre os dedos, e as emoções parecem soluto em solvente quente. Agitadas e imperceptíveis. A obra atirou este que se assina para uma reflexão sem precedentes. Que Cinema é este que se nos apresenta no inicio de 2009? Desde quando é que a sétima arte tem a lata e o desplante de enfiar quatrocentas pessoas numa sala e começar a disparar Filosofia a torto e a direito, prendendo à tela os olhos que não vêem a mão levar à bochecha as pipocas que tinham a boca como destino? Cerca de duas semanas foi o tempo que demorou este agastamento. No fundo, estamos em crer que, mais uma vez, tudo se deveu às expectativas. De Watchmen, esperávamos um flop. Antecipávamos uma coisa. Saiu-nos outra. Agora, quanto a isso, nada há a fazer. Talvez um dia desencante a arte e engenho para pôr em palavras a experiência que foi aquele visionamento. Um dia, quem sabe. Hoje, porque o exagero também enjoa, é tempo de fazer as pazes com a sétima arte. Dar continuidade, neste espaço, a esta duradoura relação que só pode ter um final feliz. Com a lista das bofetadas, noticias, baboseiras, devaneios cinéfilos, e duas ou três novidades – uma delas sonora – que estão aí na calha. Esta quarta-feira à noite regressam as emissões habituais. Duas semanas depois, o maior mérito de Watchmen foi o de ter levantado a questão: Será possível apreciar a mensagem de um filme, sem gostar do mesmo?
Depois da ovação que foi a crítica de Devin Faraci, eis que um balde de água fria atemoriza as expectativas de Watchmen. Perdão, um não. Dois. O Hollywood Reporter e a Variety, duas das publicações mais cotadas no que toca às apreciações, torcem o nariz à obra de Zack Snyder. Kirk Honeycutt, do HR, torce e de que maneira.
“The violence is not as bad as early rumors would have one believe. It's still comic book stuff, only with lots of bloody effects and makeup. The real disappointment is that the film does not transport an audience to another world, as "300" did. Nor does the third-rate Chandler-esque narration by Rorschach help.
There is something a little lackadaisical here. The set pieces are surprisingly flat and the characters have little resonance. Fight scenes don't hold a candle to Asian action. Even the digital effects are ho-hum. Armageddon never looked so cheesy.
The film seems to take pride in its darkness, but this is just another failed special effect. Cinematographer Larry Fong and production designer Alex McDowell blend real and digital sets with earthen tones and secondary colors that give a sense of the past. But the stories are too absurd and acting too uneven to convince anyone. The appearances of a waxworks Nixon, Kissinger and other 1980s personalities will only bring hoots from less charitable audiences.
Looks like we have the first real flop of 2009”.
Nada meiguinho, este Honeycutt. Justin Chang, da Variety, não sendo tão corrosivo nas suas considerações, também está longe de ter ficado empolgado com aquilo que viu.
“Fans of Alan Moore’s landmark graphic novel, concerning a ring of Gotham superheroes brought out of retirement by an impending nuclear threat, will thrill to every pulpy line of dialogue and bloody act of retribution retained in director Zack Snyder’s slavishly faithful adaptation. But auds unfamiliar with Moore’s brilliantly bleak, psychologically subversive fiction may get lost amid all the sinewy exposition and multiple flashbacks. After a victorious opening weekend, the pic’s B.O. future looks promising but less certain beyond its core fanbase.
(…) Yet the movie is ultimately undone by its own reverence; there’s simply no room for these characters and stories to breathe of their own accord, and even the most fastidiously replicated scenes can feel glib and truncated. As “Watchmen” lurches toward its apocalyptic (and slightly altered) finale, something happens that didn’t happen in the novel: Wavering between seriousness and camp, and absent the cerebral tone that gave weight to some of the book’s headier ideas, the film seems to yield to the very superhero cliches it purports to subvert”.
Contudo, quando visitamos o Rotten Tomatoes, vemos que o filme recebe uma avaliação de 81% – muitas críticas ainda estão por chegar –, e estas duas são das poucas apreciações negativas. Menos mal. Agora, Justin Chang foca um ponto importante. A familiaridade da audiência com a história. Ou muito nos enganamos, ou muita gente sairá da sala sem perceber patavina. Há soluções. A obra de Alan Moore e Dave Gibbons é extensa, no entanto, Watchmen - The Complete Motion Comic, deverá ser uma excelente forma de apanhar o fio à meada.
E, de repente, hoje todos adormeceremos muito melhor – no caso deste post estar a ser lido pela manhã, o acordar terá um outro ânimo. Devin Faraci, do Chud, site que concorre ali com o /Film e AICN pelo título do mais geek sobre a sétima arte, traz-nos uma critica extremamente positiva sobre Watchmen, de Zack Snyder. Aliás, até agora, o filme tem recebido muito mais elogios do que apupos. E, alguns dos louvores têm sido farfalhudos. Mas, ainda não se tinha visto nada como isto. Deixemos aqui o inicio da mega consideração de Faraci.
“If nothing else, Zack Snyder's Watchmen demands praise as an awe-inspiring achievement. Snyder has done what many considered impossible - he took Alan Moore and Dave Gibbon's seminal comic book, Watchmen, and turned it into a movie. And not just a movie; Snyder hasn't created some processional of images or a living audio book. He's made a film that feels like a living, breathing thing all its own while also being - almost completely - the book. Snyder's Watchmen captures the themes and the meanings and the characters that Moore and Gibbons created but makes them his own, turning the movie from being simply an adaptation into something that feels closer to collaboration.
Had he only done that, Snyder would have earned a positive review from me. But he does more; Snyder had crafted a movie that flirts with honest to God greatness, that doesn't just capture the events of the comic but also the humanity and the emotion. It's a remarkable film, and an uncompromising one. It's the sort of movie that major studios are simply not supposed to be making now that the 1970s are over. Watchmen doesn't hold your hand and walk you through the story; in fact Snyder's movie dares the audience to keep up, demanding something much, much more than the passive viewing experience so many expect when watching even the best superhero movies”.
Não é necessário recuar muito para encontrar grandes diferenças no marketing da indústria cinematográfica. Há vinte anos, o trailer era tudo o que bastava para apresentar uma película. Há dez, o teaser começou a ser servido como aperitivo. Hoje, temos um verdadeiro banquete. Ao acedermos à página dedicada a Watchmen, no Trailer Addict, deparamo-nos com 44 vídeos. C’um catano. Isto é vídeo a mais para a nossa camioneta. Ele é video journal, teasers, featurettes, set visit, trailers, comic con panel, tv spot, fan made tv spot, music video, character feature e clips. No final, dá vontade de perguntar se resta algum segmento do filme, virgem aos olhos do cinéfilo, para estrear no próximo dia 06. Seria um sarilho chegar à sala de Cinema e constatar que grande parte daquilo que passa no grande ecrã, já nós vimos no conforto do lar. No entanto, a promoção de um filme nos dias de hoje, passa cada vez por estes moldes. Talvez a metáfora seja rudimentar, contudo, parece-nos que, tal como do fato banho de corpo se chegou ao fio-dental, de um único trailer passámos à catadupa de vídeos com imagens do filme. Hoje, é tudo à mostra. Tudo ao léu. Levantar a ponta do véu é uma expressão em desuso. O véu deixou de fazer parte da indumentária. Dos quatro clips dados recentemente a conhecer, este foi o único em que deitámos os olhos. Por mais que não quiséssemos ver qualquer um deles, torna-se difícil resistir. Agora, deixemos a maior parte da obra para ser descoberta daqui a duas semanas. De Watchmen, espera-se que seja capaz de curar a ressaca dos Oscar.
Só para manifestarmos, mais uma vez, o nosso contentamento por Watchmen chegar ao grande ecrã, daqui a pouco mais de um mês. Contudo, porque no melhor pano caí a nódoa, o pessoal de marketing da Warner lá tinha de arranjar maneira de oferecer como último cartão-de-visita, o poster com menos piada de toda a campanha. Que, diga-se de passagem, nem foi tão agressiva quanto seria de esperar. Aliás, ao longo dos últimos meses, Watchmen foi mais noticia pelos pareceres que saiam dos tribunais, do que propriamente pelos trailers que iam invadindo a net. Agora, para o resultado final, na tela, isso pouco importará. Assim como este poster menos conseguido. Dostoievsky disse que Não foi quando descobriu a América, mas quando estava prestes a descobri-la, que Colombo se sentiu feliz. É, mais ou menos assim que nos sentimos em relação a Watchmen. Esperamos apenas que a felicidade permaneça quando surgirem os créditos.
Marcação no calendário: 'Os Guardiões' - 5 de Março.
Ainda bem que a Warner Brothers e a Fox chegaram a um acordo. Já estávamos aqui com o telefone do Juiz Decide à mão, para o que desse e viesse. Não havia caso que o esmerado magistrado de Carnaxide não resolvesse em quarenta minutos. Este litígio entre os dois estúdios, pela aparente clareza do contrato, não oferecia grandes dúvidas e, o mais certo, era o estimado juiz resolver a disputa antes do comum dos mortais ser capaz de dizer Supercallifragilisticexpialidocious. Mas, não foi preciso. Como gente grande, os executivos conversaram e, segundo a Variety, lá encontraram pontos de equilíbrio. A Warner Brothers sempre garante os direitos de distribuição de Watchmen (Zack Snyder), e o logo da Fox não surgirá no filme. Ao mesmo tempo, a Fox pagará qualquer coisa como dez milhões de dólares, de modo a compensar dívidas acumuladas durante o processo. Contudo, mais importante que isso é a percentagem de receitas de bilheteira a que Fox terá direito. Algo entre 5% e 8.5%, dependendo do total que o filme arrecadar em todo o mundo. No final, todos ficaram mais ou menos radiantes, e todos, sem excepção, afirmaram ter em consideração o fã de Watchmen. Agora, esta bonança depois da tempestade, por ser sol de pouca dura. É que, não só o acordo parece ter sido elaborado em cima do joelho, considerando apenas os efeitos colaterais deste primeiro capitulo, como outra batalha pode vir já a caminho. A Fox pretende juntar Tina Fey e Steve Carrell no filme Date Night, a ser realizado por Shawn Levy. E, para o estúdio, o ideal seria que as filmagens se iniciassem por alturas da Primavera, quando Fey tem um intervalo na rodagem da magnífica 30 Rock. No entanto, a acontecer, isso colidirá com o agenda da Warner Brothers, que pretende ter consigo Steve Carrell antes do Verão para iniciar a produção da sequela de Get Smart. Caramba, estas contendas entre a Warner Brothers e a Fox é que davam um grande filme. Parece que já estamos a ver. O CEO da Warner tem um filho. O CEO da Fox tem uma filha. Podia começar com algo como Two households both alike in dignity, In fair Verona where we lay our scene. Era substituir Verona por Los Angeles e estava feito.
A vida de um cinéfilo está longe de ser um mar de rosas. Desde as enormes banhadas que apanhamos volta e meia, quando as expectativas estão num nível estratosférico; passando pelo tipo irritante sentado atrás de nós na sala de Cinema, com uma dificuldade incrível em levar as pipocas do balde até à boca, sem fazer um escabeche colossal; até aos preços ridículos praticados pelas distribuídas quando lançam uma novidade, o mundo de um cinéfilo tem muito pouco de cor-de-rosa. Agora, tirem-nos tudo menos a opção de ver o filme. Quer dizer, uma vez concluída a obra, que sejamos nós a ter a última palavra sobre o visionamento. O filme até pode ser de uma imbecilidade atroz, mas, caramba, que sejamos nós a decidir se vale a pena ver o sacana ou não. E, nem mesmo questões judiciais podem ser aceites como justificação. Aquilo que se está a passar em torno de Watchmen é, antes de mais nada, alarmante. Em última instância, vergonhoso. Parece que a Fox tinha os direitos para uma adaptação, mas nunca decidiu usufruir dos mesmos, a Warner Brothers achou que podia aproveitar umas alíneas do contrato, a Fox não se mexeu, a Warner avançou, e agora a Fox reclama – com razão – que a Warner não tinha nada que adaptar a obra de Alan Moore, Dave Gibbons e John Higgins. Alguns fanboys defendem a tese de que se o hype à volta do filme de Snyder não fosse tão tanto, a Fox jamais se teria lembrado de processar a Warner. A verdade é que anda por aí muito pessoal assustado com a real possibilidade de Watchmen não chegar às salas a 06 de Março. Agora, com a zanga das comadres, nada temos que ver. O produto está feito, que seja feita a vontade do consumidor. O mais certo até é o filme chegar às salas, contudo, já alguém deveria tê-lo assegurado. Se a Fox tiver razão – como parece ter – a Warner aprendia a lição de uma vez por todas se não visse um centavo das receitas. Se a Warner tiver razão – como não parece ter – então, isto é apenas tempo perdido. Seja de que maneira for, a solução não passa por adiar a estreia. Featurettes como este levam-nos a antecipar ainda com maior ansiedade pela obra de Snyder. Chegar a Março e não termos direito ao título, não é o equivalente a um duche frio. É mais um banho de imersão com cubos de gelo em substituição da espuma.
E, já agora, aqui fica também o mais recente trailer da obra. Japonês.
O mundos dos comics está a ganhar cada vez mais força na Sétima Arte, seja pelas adaptações que já nos chegaram como ainda pelas novas incursões que se avizinham e que têm um óptimo aspecto. Neste caso concreto, pela mão de Zack Snyder (300), chega-nos mais um salto da BD para o grande ecrã. Desta vez, falamos deWatchmen, um comic criado por Allan Moore e Dave Gibbons, lançado como mini-série na década de oitenta, que revolucionou a visão sobre os Super-Heróis ao fornecer-lhes um punhado de características psicológicas nunca antes vistas, conferindo-lhes um peso dramático e existencial inovador (mais informações ver aqui). Aqui vos deixo o teaser trailer para aguçar o apetite, enquanto esperamos por 2009.