Deuxieme


domingo, maio 31, 2009

Lucy Punch.

Colocar Woody Allen num pedestal é algo que nos sai com naturalidade. Diz que é impossível espirrar sem fechar os olhos. Pois, por aqui, acreditamos ser impossível escrever um texto sobre Allen sem deixar cair algures o vocábulo génio. Incrível. Já está. E, a provar a tal convicção de que falávamos, a palavra lá saiu quase que por vontade própria. Dado que o mestre continua a lançar filmes para o mercado à média de um por ano tem-se tornado um hábito começar a mandar bitaites sobre um determinado projecto de Allen em pré-produção, quando um outro ainda não viu a luz do dia. Desta feita, as novidades e consequentes motivos de converseta rodeiam a saída de cena de Nicole Kidman, do próximo filme do realizador de Manhattan. Segundo a Variety, Kidman foi forçada a abandonar a película devido a conflitos de agenda com The White Rabbit, um título que co-protagonizará com Aaron Eckhart, que terá a realização de John Cameron Mitchell, e onde será também produtora. Agora, com a saída de Kidman, seria de esperar que Allen fosse atrás de alguém de igual renome. Uma outra estrela possante. De primeira linha. Mas não. Riscando esse critério do casting, Allen optou por Lucy Punch. Quem? Exacto. Do currículo de Punch constam participações nos belíssimos Being Julia e Hot Fuzz, e uma longa passagem pela série The Class. Ainda assim, a actriz será uma distinta desconhecida para a grande maioria dos cinéfilos. Alguns fãs de Kidman defendem que esta foi uma decisão sensata, e que a actriz nada teria a ganhar com o caduco Allen. Alguns fãs deste último alegam que Kidman não seria o chamariz de bilheteira que o estúdio pretende, e arruinaria por completo qualquer hipótese de sucesso da obra. Afinal, tudo está bem quando acaba bem.

Bruno Ramos

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sexta-feira, maio 29, 2009

Toy Story 3 - Teaser Trailer.

O fim-de-semana está aí à porta. O que é uma pessoa pode pedir mais? Como? Perdão? Um teaser trailer de Toy Story 3? É para já. 'Tá a sair um teaser para o blog Deuxieme!

Bruno Ramos

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A longa espera.

Para este que se assina é, tão-somente, o filme mais aguardado do ano. Sem meias medidas, que não gostamos cá de contenção. Aqui na redacção já se agitam cachecóis. A falange de apoio a James Cameron faz-se ouvir diariamente. Contudo, é mesmo a curiosidade que transporta a antecipação para níveis astronómicos. Mais do que esperar um grande filme, gostávamos de saber que tipo de filme devemos esperar. Depois, ainda surgem pérolas como estas a revelar o concept art do filme.

Avatar. Falta muito?

Alvy Singer

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Patel em The Last Airbender.

O filme de estreia de M. Night Shyamalan está longe de ser um one-hit wonder. No entanto, sempre que é anunciado um novo projecto do cineasta, uma secreta esperança invade-nos. Um desejo que guardamos a sete chaves. Na melhor das hipóteses, partilhamos com o nosso melhor amigo cinéfilo. Aquele a quem podemos telefonar às três da manhã, quando adormecer é tarefa impossível porque as dúvidas sobre o que raio queria dizer a personagem de Tommy Lee Jones no último monólogo de No Country For Old Men continuam a perseguir-nos. Maldito sejas, McCarthy. Este é um segredo que cresce a cada título de Shyamalan e que, lá está, por ser tão secreto como aquele raminho de salsa que é o truque de todas as receitas, nos escusamos a revelar neste texto. No fundo, esta foi toda uma dissertação que serviu apenas para nos afastar do verdadeiro propósito durante dois ou três minutos. Agora sim, eis Dev Patel como Zuko, via MovieGod, em The Last Airbender. O próximo de Shyamalan, baseado na série da Nickelodeon com o mesmo nome criada por Michael Dante DiMartino e Bryan Konietzko. O secretismo prossegue dentro de momentos.

Bruno Ramos

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IndieWire dava a Palma a Un Profhète.

Por esta altura, todos os visitantes deste blog, ávidos sabedores – termo resgatado ao eloquente discurso de Luiz Filipe Scolari – das novidades cinematográficas, deverão conhecer já mil e uma trivialidades sobre The White Ribbon, de Michael Haneke, recente vencedor da Palma de Ouro em Cannes. Longe, por isso, estará de ser noticia o triunfo de Christoph Waltz (Inglourious Basterds) na categoria de Melhor Actor; Charlotte Gainsbourg (Antichrist) na de Melhor Actriz; Brillante Mendoza (Kinatay) como Melhor Realizador; e de Jacques Audiard, que levou para casa o Grand Prix por Un Prophète. No entanto, cinco dias volvidos, o IndieWire decidiu reunir a opinião de parte da critica norte-americana presente em Cannes, e deu a conhecer os favoritos daquele selecto grupo. Un Prophète leva a melhor, com seis menções honrosas na principal categoria. Aliás, o filme de Audiard supera os restantes, igualmente, nas categorias de melhor interpretação, argumento, e realizador. Porém, o mais perturbante é ver Antichrist em segundo lugar na lista de melhor filme e ocupar, a mesmíssima posição, na lista dos piores. Este vai fazer correr tanta tinta. Dez euros em como Lars Von Trier vai ser apelidado de canastrão por um critico da nossa praça. Não, não estamos a generalizar. O artigo indefinido singular Um prova que se trata de uma especificação.

Melhor Filme
1) “Un Prophète” - 14 pts (6 votos)
2) “Antichrist” - 11 pts (5 votos)
3) “Police, Adjective” - 10 pts (5 votos); The White Ribbon - 10 (5 votos)

Realizador
1) Jacques Audiard, “Un Prophète” - 15 pts (6 votos)
2) Gaspar Noe, “Enter the Void” - 14 pts (5 votos)
3) Lars von Trier, “Antichrist” - 12 pts (5 votos)

Argumento
1) “Un Prophète” - 11 pts (7 votos)
2) “Up” - 8 pts (3 votos); “The White Ribbon” - 8 pts (3 votos)

Interpretação
1) Tahar Rahim, “Un Prophète” - 16 pts (6 votos)
2) Giovanna Mezzogiorno, “Vincere” - 10 pts (4 votos)
3) Ronnie Bronstein, “Go Get Some Rosemary” - 8 pts (6 votos); Christoph Waltz, “Inglourious Basterds” - 8 pts (4 votos)

Pior Filme
1) “Kinatay” - 12 pts (5 votos)
2) “Antichrist” - 8 pts (4 votos)
3) “Map of the Sounds of Tokyo” - 7 pts (4 votos)
4) “Tetro” - 7 (3 votos)

Bruno Ramos

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Há sempre uma primeira vez.

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Enquanto estudante, enquanto caloiro do ensino universitário, tive a sorte de me cruzar com um professor deveras peculiar. De faces rosadas, o docente ostentava uma farfalhuda barba ruiva a dar para o esbranquiçada, um ventre magnificente, e, não escassas vezes, recorria ao apoio de suspensórios para acomodar as vestes. A ajudar à festa, estrangeiro. Com aquele sotaque alemão que Herman José popularizou em Casino Royale. Na essência, porque lhe faltava ainda o doutoramento, era mestre. Em abono da verdade, na arte da pedagogia, manuseava a oratória como poucos. O mestre defendia, ao contrário de outros instrutores no ramo da aritmética, que os problemas não passam de uma ilusão. Dizia ele, no alto da sapiência colhida ao longo dos trinta e poucos anos – era um tipo novo –, que o problema resulta da ansiedade que sentimos ao não conseguirmos resolver algo. Nada mais. Algo que não conseguimos entender. Para o qual não encontramos uma explicação. Segundo o mestre, cuja revelação do nome não nos parece pertinente, as coisas não são bem assim. É natural que quando não percepcionamos qualquer solução evidente, tendamos imediatamente a partir para a formulação de um problema. Nesse momento, de duração variável, receamos a ausência de qualquer resposta. É nesse preciso instante que entendemos estar na presença de um enigma. Quer exista solução, quer não. Agora, para este mestre, é simples. Se o problema tem solução, não há razão para me preocupar. Se não tem, para quê preocupar-me? Visto por este prisma, com efeito, a ansiedade desaparece e o imbróglio dissolve-se.

Tudo isto para chegarmos ao surpreendente triunfo de João Salaviza em Cannes, com a curta-metragem Arena. Ao longo dos anos temos vindo a discutir neste espaço, bem como na revista, os trilhos percorridos pelo cinema português, e como tem sido penoso constatar tantos tiros nos pés serem reforçados. Os trabalhos bem sucedidos costumam passar ao lado do grande público, os chamarizes têm por hábito ser obras de cariz duvidoso, a matilha discute subsídios do Estado, e a caravana cinematográfica vai passando a ritmo de passeio. Para a maioria, esta é uma situação calamitosa da qual nada de bom poderá advir. O cinema nacional vive num constantes sobressalto. Um problema sem solução à vista. Ora, para este que se assina, esta condição de Todos Por Um e Cada Um Por Si vivida no cinema português está longe de ser um fim em si mesma. Apesar dos avanços e recuos da indústria nacional, continuamos a ver uma luz ao fundo do túnel. E, não. Não é outro comboio que lá vem. A confiança de que um Oscar de Melhor Filme Estrangeiro cairá para estes lados, nunca esteve em causa. Agora, se vamos cá estar para ver, já não temos tanta certeza. Na sua exposição da Teoria da Evolução das Espécies, Darwin nunca apontou imperfeições aos genes portugueses no capítulo das artes. Acusem-me de mentiroso, ma acredito não existir qualquer razão para sermos incapazes de fazer bons filmes, e os mesmos não serem reconhecidos além-fronteiras. Como outros homo sapiens, todos temos duas mãozinhas, duas perninhas, dois bracinhos, uma cabecinha – o sufixo dá um ar paternalista que tem tanto de presunçoso como entendido na matéria –, e uma paixão que nunca mais acaba pelo Cinema. No fundo, nunca olhámos para o fracasso das obras lusas como um problema. Apenas porque sabemos existir algures uma solução. Pedro Costa já se deparou com ela. Salaviza parece que a encontrou recentemente. Quanto mais não seja por isso, aqui ficam os nossos parabéns. Agora venham mais como estes.

Alvy Singer

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quinta-feira, maio 21, 2009

João Bénard da Costa (1935 - 2009)


É um dia de luto para a cultura portuguesa” - Cavaco Silva

"Foi o mais importante divulgador e defensor do cinema em Portugal" - Manuel Cintra Ferreira


Obituário e Homenagens:

Expresso (Manuel Cintra Ferreira)

Expresso (Manuel Maria Carrilho)

Ípsilon

Diário Digital (Mário Dorminsky)

IOL Cinema

Critica divide-se.

Poucos filmes deveriam ser tão aguardados em Cannes como Inglourious Basterds. Tarantino de regresso ao Festival. Brad e Angelina na passadeira vermelha. The stuff dreams are made off. Pelo menos, até à estreia do dito cujo. Contudo, a verdade é que após a exibição da obra na Croisette, o final feliz não chegou para todos. A presente edição já esteve mais longe de ficar para a história como a mais ambivalente. Tão depressa passamos dos pincaros para o estatelamento ao comprido. Deste lado, não sabemos em que havemos de ficar. Acima de tudo, parece que do meio termo se fez uma boa de papel, e todos acharam por bem atirar a pobre coitada para o caixote do lixo. Poucos têm sido os títulos injuriados no certame – o que também não abonaria muito a favor do certame. Contudo, muitos têm sido aqueles que dividem radicalmente opiniões. Ou tudo ou nada. E, Inglourious Basterds entra perfeitamente nesta categoria. Ora, veja-se o que diz Sam Ashurt, da Total Film.

Not only did I love every minute, if the French projectionist wanted to cue it up and roll it again from the start, I would have sat through the whole film again, with the biggest grin on my face. This is Quentin’s best film since Jackie Brown. It might even be his best film since Pulp Fiction”.

E, compare-se com o que tem a dizer Peter Bradshaw, do Guardian.

[Basterds] is awful. It is achtung-achtung-ach-mein-Gott atrocious. It isn’t funny; it isn’t exciting; it isn’t a realistic war movie, yet neither is it an entertaining genre spoof or a clever counterfactual wartime yarn. It isn’t emotionally involving or deliciously ironic or a brilliant tissue of trash-pop references. Nothing like that. Brad Pitt gives the worst performance of his life”.

Touchdown. Aqui fica um dos três recentes clips disponibilizados.

Bruno Ramos

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9 - Trailer.

Em oito anos da categoria, apenas por uma vez a Academia de Hollywood optou por avançar com os cinco nomeados da praxe. Em 2002, os Oscars tiveram cinco nomeados na categoria de Melhor Filme de Animação. Contudo, logo nesse ano, com o galo que sempre convém, a qualidade das obras a concurso deixou um pouco mais a desejar que o habitual. Sim, porque apesar de a lista de finalistas se ficar pelos três, não só conseguimos quase sempre descortinar o vencedor a léguas, como nos perguntamos como raio aquele terceiro filme chegou tão longe. O mais equilibrado, ainda assim, terá sido o ano de 2005, em que Wallace & Gromit: The Curse of the Were-Rabbit, Howl’s Moving Castle e Tim Burton’s Corpse Bride discutiram entre si o galardão. Agora, em 2009, com a forte aposta dos estúdios nesta área, começa a levantar-se a questão de passar ou não, novamente, aos cinco candidatos à estatueta. Com Mary & Max, Up, Coraline, The Fantastic Mr. Fox, Cloudy With a Chance of Meatballs, A Christmas Carol, The Princess and the Frog, Ice Age: Dawn of the Dinosaurs, Monsters Vs. Aliens, Vanilla Gorilla, Astro Boy e Planet 51 ao barulho, alguém ficará a chuchar no dedo. Sejam três ou cinco, o poleiro não dá para todos. Isto tudo para chegarmos ao mais recente trailer de 9. Aqui está ele.

Bruno Ramos

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quarta-feira, maio 20, 2009

A melhor dupla desde Bucha e Estica.

Num primeiro momento, há quem tenha querido passar a ideia de que Broken Embraces havia dividido os críticos, tal e qual acontecera com The Antichrist – se bem que, com o assentar da poeira, e a espuma das primeiras reacções tenha começado a dissipar-se na corrente maior, vem agora a maioria defender que o filme de Lars Von Trier tem um futuro auspicioso à sua frente. No entanto, sem esquecer que a unanimidade de opiniões nisto das artes é a uma realidade mais infantil que um discurso articulado de Peter Pan, como não poderia deixar de ser, lá apareceram algumas criticas negativas. Contudo, a avaliar pelo tomatómetro oficial, o título de Pedro Almodóvar vai bem lançado para altos voos. É certo que aqui ao lado, na vizinha Espanha, o filme não foi tão bem recebido como era esperado. Mas, quem sabe, talvez isto de espezinhar o nacional e exigir sempre mais e melhor seja algo mais universal do que pensávamos*. Mais uma vez, Penélope recebe todos os elogios e mais alguns. Haverá actriz em maior estado de graça? Jonathan Holland, da Variety, diz de sua justiça.

Partly a film about films and partly a film about love, Pedro Almodovar’s “Broken Embraces” can’t quite decide where its allegiances lie. A restless, rangy and frankly enjoyable genre-juggler that combines melodrama, comedy and more noir-hued darkness than ever before, the pic is held together by the extraordinary force of Almodovar’s cinematic personality. But while its four-way in extremis love story dazzles, it never really catches fire”.

Esta última frase é como quem diz, O filme é bom, mas Almodóvar não sobe ao palco do Kodak Theater com isto. Apesar de, pela Croisette, haver quem o coloque na corrida à Palma de Ouro.

*Para mais esclarecimentos, ver Hollywood Ending (Woody Allen, 2002).

Bruno Ramos

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Cleveland - Trailer.

Spooner Street começava a ficar demasiado pequena para as duas famílias. Não que os Griffin e os Brown se dessem mal. Não que as proeminentes barrigas de Peter e Cleveland chocassem constantemente. Não era esse o caso. Seth MacFarlane e a Fox simplesmente chegaram à conclusão que dava para arranjar mais vinte minutos na próxima grelha de programação, e resolveram criar um programa exclusivamente dedicado a Cleveland e aos seus. O spin-off tem estreia marcada para Setembro e hoje chegou à net o primeiro teaser. Nas palavras, perdão, palavra de Peter Griffin, Sweet.

Bruno Ramos

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terça-feira, maio 19, 2009

Sherlock Holmes - Trailer.

O trailer de Sherlock Holmes está num limbo. Se o humor puxa para comparações com Piratas das Caraíbas, a acção reaviva memórias perdidas de Wild Wild West. O mesmo é dizer, não sabemos se haveremos de pular de contentamento ou ter medo. Uma coisa é certa, o trailer do mais recente título de Guy Ritchie tem praticamente tudo menos aquilo que dele esperávamos. Drama não deverá ser o ingrediente principal da trama, e o filme parece não ligar muito aos seus predecessores. O bom dos trailers é isto. Ao menos, sabemos ao que vamos.

Bruno Ramos

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Spielberg produz Martin Luther King.

Isto é fresco. Acabado de confeccionar. A Dreamworks adquiriu os direitos para realizar um filme baseado na vida do activista politico e lider na luta pelos direitos civis, Martin Luther King. Produzido por um tal de Steven Spielberg. Segundo a Variety.

A King film has been a longtime dream for Spielberg and DreamWorks CEO and co-chairman Stacey Snider, who has been working feverishly on acquiring the rights since exiting Paramount Pictures and setting up a solo enterprise”.

Parece, então, que produzir este filme era o sonho de uma vida para Spielberg. Agora, até onde vai esse sonho? Fica-se pela produção? Abrange realizar o dito cujo? Stacey Snider tem mais a dizer sobre o assunto.

In trying to tackle such an ambitious project, the question we had to ask ourselves is, 'Why now?'. The answer lies in MLK's own words: 'All progress is precarious.' With every step forward, new obstacles emerge and we must never forget that his life and his teachings continue to challenge us every day to stand up to hatred and inequality”.

Para já, sabe-se apenas que Spielberg, Suzanne de Passe e Madison Jones serão os produtores. Caso Spielberg opte por realizar a obra, com a envergadura que o projecto deve vir a ter, isto é coisa para demorar três ou quatro anos. Veja-se Lincoln. Tanto tempo depois, cá estamos, à espera para ver como Liam Neeson fica de barba e chapéu alto.

Bruno Ramos

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A Christmas Carol - Teaser.

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De juiz e de louco, todos temos um pouco. Não é exactamente isto que o ditado defende, mas bem que podia ser. De A Christmas Carol, de Robert Zemeckis, chegou ontem à net um clip que nem vinte segundos tem. Vinte segundos. Há quem demore mais tempo a abotoar uma camisa. Contudo, apesar da curta duração do segmento, logo começaram a chover por essa net fora veredictos sobre estas primeiras imagens, e a qualidade da animação apresentada. Vinte segundos que chegam para justificar toda uma panóplia de argumentos a favor ou contra a carreira de Zemeckis. Vinte segundos que são suficientes para enaltecer ou desacreditar as capacidades interpretativas de Jim Carrey. Para nós, caramba, não passam de vinte segundos. O efeito provocado não é zero, mas optamos por não entrar em juízos prematuros com base em evidências tão duradouras como um aperto de mão.

Bruno Ramos

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segunda-feira, maio 18, 2009

The Road - Trailer.

A desculpa de que o Cinema rouba quase todo o tempo livre, e pouco resta para a leitura das obras que o mesmo adapta, pode ser esfarrapada. Contudo, não anda longe da verdade. Não temos em nós o ímpeto Marceliano que nos impele a ler dezenas de livros todos os meses. Antes tivéssemos. Quando chega um trailer como o de The Road, gostávamos de poder participar nas discussões que um pouco por todo o lado vão despontando, sobre o poder enganador destas primeiras imagens. Saber até que ponto a obra de John Hillcoat é fiel ao livro de Cormac McCarthy. Mas, ver filmes e ler livros a torto e a direito ainda não dá de comer. Quando der, revemos prioridades. Agora, este cartão-de-visita, segundo consta, não vai muito de encontro ao enredo do filme. No entanto, a Dimension Films já fez saber que o trailer é obra de Bob Weinstein, e Hillcoat não teve nada que ver com o assunto. O mesmo é dizer, lá começa Weinstein a fazer das suas, e a render o peixe. A ajudar à festa, um artigo da Esquire com um timing perfeito, com o titulo The Road is the most important movie of the year, e que termina com o seguinte reparo.

Because The Road is a story about the persistence of love between a father and a son, and in that way it's more like a remake of The Godfather than some echo of I Am Legend.

Only this one is different: You won't want to see this one twice”.

Daqui a uns meses, É um bilhete para o The Road, se fizer favor.

Bruno Ramos

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The Princess and the Frog - Trailer.

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Comunicar não é fácil. Nem sempre dizemos aquilo que queremos dizer. Nem sempre dizemos aquilo que pensávamos ser o que queríamos dizer, da forma que o queríamos fazer. Pior, nem sempre o outro entende aquilo que queríamos dizer. Confuso, mas nem sempre o outro entende da forma esperada aquilo que pensávamos ser o que gostaríamos de dizer. Comunicar, decididamente, não é fácil. Muitos são os estudos que postulam que, se as mensagens que tentamos passar diariamente constituíssem um bolo de dez fatias, apenas três seriam oferecidas aos convidados. Ficamos quase sempre com sete em nossa casa, simplesmente por não sermos capazes de transmitir essas ideias. Ou, por o outro não ser capaz de a assimilar. Porque na altura de repartir a culpa, somos uns mãos largas. Comunicar, claro está, não é fácil. Pela Internet, então, nem se fala. Se ao telefone ainda podemos fazer entoações, brincar com fonéticas, acentuações e timbres de voz, num blog, resta-nos depositar toda a fé deste mundo e do outro na excelsa capacidade de compreensão de míseras palavras por parte de quem está desse lado. Apesar de não nos conhecermos de lado nenhum. O único ponto que temos em comum é esta paixão pelo Cinema. Uma revista de Cinema traz-nos aqui e, lá nos vamos entretendo e alimentando esta paixão que nos acompanhará para o resto dos nossos dias. Mas, neste caso, apesar de pouco ou nada sabermos sobre quem está desse lado, estamos confiantes de que esta mensagem passará. Porque, se existe alguém por detrás desse ecrã, que hoje gosta de Cinema, seguramente que, a determinada altura da sua vida, passou os olhos por um filme da Disney. Normalmente, perdemo-nos em fórmulas matemáticas para tentar justificar o porquê da excitação em torno de uma determinada obra. Esta noite, por sabermos que muitos são os cinéfilos que se orgulham de assim ser apelidados cresceram a ver os filmes Disney, basta-nos dizer em relação a The Princess and the Frog. Disney. 2D. Saudades. Aqui fica o trailer.

Bruno Ramos

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Marion...

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...podemos ser inimigos?

Alvy Singer

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Nine - Trailer.

Nisto dos vencedores antecipados, tudo o que não siga a lógica da consagração resvala para o despique intergaláctico. Imagine-se o que seria, ainda hoje, se Lord of the Rings: The Return of the King não tivesse levado para casa o Oscar de Melhor Filme. Por esta altura, ainda teríamos meia dúzia de gatos pingados a percorrer as ruas de Los Angeles, em trajes menores, de cartazes em riste, a exigir a demissão de Sid Ganis.

É certo que Nine está longe de atingir tal patamar, contudo, quando ainda falta chegar a meio do ano, a obra de Rob Marshall perfila-se já como uma das primeiras candidatas a toda a linha aos próximos prémios da Academia de Hollywood. Há já quem vaticine nomeações na ordem dos dois dígitos. E, quando isto acontece, ou nos deixamos ir no comboio dos apoiantes efusivos, ou pomos um pé no travão e apelamos à tranquilidade. Neste caso, optamos pela última. O trailer dizima-nos por inteiro, reconhecemos. Contudo, a meter as mãos no fogo, se for para queimar, só mesmo por Daniel-Day Lewis. Obrigado à Cátia pela chamada de atenção.

Bruno Ramos

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Precioso Precious.

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Quem passou por Cannes e levou tudo à frente, tal e qual havia feito uns meses antes em Sundance, foi Precious – ou Push: Based on the Novel by Sapphire. Existe ainda um terceiro título, promovido por Oprah – The Next Color Purple – mas, até ver, a coisa ainda não pegou. A Croisette rendeu-se ao filme de Lee Daniels, e retribuiu o realizador e o aparente festival de emoções proporcionado com uma ovação de pé. Segundo a AFP.

“CANNES, France (AFP) — Hard-hitting US indie movie “Precious”, the tale of an obese teenager trying to escape a lifetime of abuse, won a standing ovation for its director Lee Daniels at the Cannes festival Friday.

Daniels was moved to tears by the enthusiastic welcome for his film, which picked up the Grand Jury prize at Sundance and is running on the Riviera for the Un Certain Regard prize for new film talent.

The director was flanked by his mother, and by US singers Mariah Carey and Lenny Kravitz, who both hold supporting roles in the film — she as a dowdy social worker and he as a male nurse — and who brought a splash of glamour to the red-carpet screening”.

Sempre que somos confrontados com uma noticia destas ficamos com uma certa inveja. Inveja de todos aqueles que já tiveram a sorte de presenciar este tipo de resposta por parte da audiência. E, há aqui na redacção quem já tenha marcado presença na plateia quando um fenómeno destes teve lugar. Sacanas. Contudo, este que se assina, o mais perto que esteve foi em 2001, quando uma alma corajosa partiu para três ou quatro aplausos ruidosos no final de A.I. de Steven Spielberg. Continuamos a espera que uma qualquer exibição comercial provoque este desfecho espontâneo, tão invulgar. Mas, centremo-nos no que aqui nos trouxe, e deixemos o trailer de Precious para aguçar o apetite. Fixemos, entretanto, o nome no canto superior esquerdo deste teaser poster.

Bruno Ramos

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O anti-consenso.

Agora sim. Guarnições e energias repostas. Tudo preparado. Passado o cabo das tormentas, o mar avizinha-se sereno e propicio à navegação nas ininterruptas boas novas da sétima arte. E, com Cannes em grande plano, mais vale içar velas, zarpar na rota da corrente que convida, e partir para mar alto. A armada da Premiere relança-se assim, quase três semanas depois, nas circumnavegações cinéfilas que tanto prazer nos dão, neste recanto minúsculo da blogosfera. Comecemos, pois então, com as reacções, praticamente bipolares, provocadas por Antichrist, the Lars von Trier. Já lemos carradas de criticas, e ainda não conseguimos assegurar se o filme passa pelo Festival com distinção, ou se fica pelo flop. É que parece não existir aqui espaço para o meio termo. De um lado da barricada, entre outros, Todd McCarthy, da Variety. Que se atira de cabeça numa apreciação retórica ao estilo de um qualquer admirador mais fanático de Marshall McLuhan.

Lars von Trier cuts a big fat art-film fart with "Antichrist." As if deliberately courting critical abuse, the Danish bad boy densely packs this theological-psychological horror opus with grotesque, self-consciously provocative images”.

Perfilado nas trincheiras da outra ofensiva, por sua vez, encontramos, por exemplo, Damon Wise, da Empire Magazine.

What Lars is driving at is something completely bizarre, massively uncommercial and strangely perfect”.

O único que parece ter ficado tão siderado como um cinéfilo que lê todas estas considerações e não consegue definir o que esperar, foi Roger Ebert. Disse o critico-mor.

Whether this is a bad, good or great film is entirely beside the point. It is an audacious spit in the eye of society. It says we harbor an undreamed-of capacity for evil. It transforms a psychological treatment into torture undreamed of in the dungeons of history. Torturers might have been capable of such actions, but they would have lacked the imagination. Von Trier is not so much making a film about violence as making a film to inflict violence upon us, perhaps as a salutary experience. It’s been reported that he suffered from depression during and after the film. You can tell. This is the most despairing film I’ve ever have seen”.

Tanta disparidade só pode resultar numa coisa. Curiosidade acima da média, nem que seja só para depois podermos participar naquelas discussões intermináveis sobre a qualidade da obra, que nos deixam a suar e a arfar violentamente, apesar de pouco mais usarmos do que o aparelho bocal e meia duzia de gesticulações bruscas. Sim, estamos a falar de um diálogo entre cinéfilos.

Bruno Ramos

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quarta-feira, maio 13, 2009

Seca, como gostamos.

Hoje ainda será um dia de parca contribuição Deuximiana. Há que terminar os artigos para o próximo número da Premiere, e o prazo acaba hoje. Contudo, as previsões são boas, e ainda deverão cair posts nestas paragens, lá mais para a noite. Por enquanto, para não dizer que não vão daqui, eis uma piada que recentemente caiu na redacção, e arrancou dois sorrisos, um bocejo, e três berros a pedir silêncio.

Um chinês entra num bar em Nova Iorque, vê o Steven Spielberg e pensa:
- Olha, o Spielberg! Gostava de conhecê-lo...
No entanto, quando o conhecido realizador de cinema passa por ele, Spielberg espeta-lhe um valente sopapo na fronha... Sem mais nem menos!
- Então?!? Mas que m... é essa? - pergunta o chinês.
- Vocês, japoneses, mataram o meu avô quando bombardearam Pearl Harbour... - responde Spielberg.
- Mas eu nem sequer sou japonês. Sou chinês!
- Chineses, tailandeses, japoneses... para mim é tudo a mesma porcaria!
Spielberg já se preparava para ir embora quando o chinês se chega ao pé dele e dá-lhe com uma cadeira nas costas.
- Então?!? Que parvoíce é essa? - pergunta o Spielberg.
- Americano estúpido! Tu mataste a minha avó quando afundaste o Titanic! - exclamou o chinês.
- Mas eu não afundei o Titanic. Foi um iceberg! - diz o Spielberg.
- Iceberg, Carlsberg, Spielberg... para mim é tudo a mesma bosta!

Alvy Singer

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terça-feira, maio 12, 2009

Tetrolândia.

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Duas semanas de afastamento, uma sobretudo devido a questões laborais, outra mais consequência da procrastinação necessária à recuperação, traduzem-se num perfeito alheamento das novidades cinematográficas. Nas últimas quatro semanas, apenas duas idas ao Cinema. Os níveis de frames no sangue estão no limiar da anemia cinéfila. Trailers, nem vê-los. Só a partir desta última sexta-feira, por mais absurdo que pareça, este que se assina se atirou de cabeça nos sites do costume, à procura de tudo o que fosse informação sobre a sétima arte. Como de pão para a boca, mas sem igual dramatismo, pediam-se trivialidades, discussões, novidades e debates sobre filmes. E, vá lá, a partir deste fim-de-semana, as coisas acalmaram. As previsões para os próximos meses dizem-nos que, daqui em diante, tempo não deverá faltar para pormos a conversa em dia. Nos próximo meses não vamos a lado nenhum. É verdade, aqui estaremos dia e noite, de fio a pavio, no auge da silly season. Agora, hoje, porque se faz tarde, é chegada a altura de dar o pontapé de saída neste restabelecimento das boas novas em falta. Por isso, não percamos nem mais um segundo e, sem demora, passemos ao primeiro post no Deuxieme em duas semanas. Poças, dito assim, parece que foi uma eternidade. E foi.

Iniciemos as hostilidades com o trailer de Tetro, o próximo de Francis Ford Coppola. Aquele que era para ir a Cannes até Coppola ter dito que o Festival era demasiado grande para a sua aura indie. Cannes fez a vontade do cineasta, e lá arranjou um espaço meio refundido que dá pelo nome de Directors Fortnight. No fundo, Tetro vai a Cannes, mas não façamos muito alarido à volta disso, não vá Coppola achar que está a ter demasiado tempo de antena.

Contudo, porque uma andorinha não faz a Primavera – e, se espreitarmos pela janela vemos que nem deve estar na altura dela –, a American Zoetrope lá fez o favor de nos atirar com uma segunda andorinha, e aqui ficam bem embrulhados, com direito a laço e tudo, os primeiros três minutos do próximo título de Coppola.

Alvy Singer

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