Deuxieme


terça-feira, setembro 29, 2009

Antichrist.

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22 de Outubro.

Bruno Ramos

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American Film Institute.

Razão deve ter Conan O’Brien, quando diz que, no ano 3000, o Youtube, Twitter e Facebook unir-se-ão para criar um único super-site de perda de tempo: o YouTwitFace. Mas, verdade seja dita, muitos são ainda os benefícios que se tiram de uma visita a estes antros da boémia. O caso do Youtube, genuína ferramenta de investigação cinéfila, será talvez o mais paradigmático. Tão depressa estamos a ver um trailer em primeira mão, como um pré-púbere sueco a vilipendiar um qualquer cineasta conterrâneo, num vídeo com direito a legendas, que é para não perdermos pitada. Esta manhã, num desses passeios sem rumo pelo Youtube, cruzamo-nos com os vídeos do American Film Institute. E, que prazerosa perda de tempo. Espremida espremida, isto é capaz de ter sido a hora mais inútil desta existência. Agora, foi toda uma inutilidade tremendamente divertida. Os vídeos com os diferentes galardoados do AFI são mais que muitos. Ele há para todos os gostos. E, quem tiver tempo livre em mãos, não sabe bem o que fazer com ele, e procura a mais insípida das actividades, esta é uma óptima solução. Aqui deixamos os nossos três momentos preferidos.

3 – Jack Nicholson no ano de Warren Beatty (2008).

2 – Jamie Foxx no ano de Al Pacino (2007).

1 – Nora Ephron no ano de Meryl Streep (2004).

Bruno Ramos

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Entrevista a Jason Reitman.

A entrevista já tem alguns dias – remonta ainda ao Festival de Telluride, caramba –, mas ainda não é tarde demais para colocá-la no blog da Premiere. Sobretudo, se tivermos em linha de conta que falta para xuxu para podermos ver o próximo filme de Jason Reitman. Por isso, convém que nos entretenhamos. Neste questionário, levado a cabo por Peter Sciretta do /Film, e Alex Billington do FirstShowing, Jason Reitman fala sobre a sua reacção à primeira exibição pública de Up in the Air, das diferenças entre o livro e o filme, porque razão se sente atraído por histórias sobre relações familiares, dos seis anos que demorou a preparar este filme, porque é que opta pela produção, dos seus créditos originais, do casting de Zach Galifianakis e Anna Kendrick, Twitter, e dos seus próximos projectos: Bonzai Shadowhands, Pierre Pierre, e Labor Day.

Bruno Ramos

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Distribuidora para That Evening Sun.

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Mais uma vez, somos obrigados a falar de That Evening Sun pelos melhores motivos. No inicio de mais uma temporada de prémios, muitos são os nomes que se acotovelam para ganhar melhor posição. Não tenhamos ilusões. A campanha já começou e é nesta altura que importa lançar os alicerces de qualquer buzz que se preze. E, ao que parece, That Evening Sun tem seguido a agenda ideal. O filme de Scott Teems tem sido um bom menino, e passado por alguns festivais importantes. Nestes certames não tem feito menos que impressionar. Na maioria deles, arrecada troféus. A mala do carro de Teems, consta, já não chega para todos. A saber, aqueles que lhe foram atribuídos:

Atlanta Film Festival – Jury Award,
Nashville Film Festival – Audience Choice Award,
Newport International Film Festival – Special Jury Award e Student Jury Award,
SXSW Film Festival – Audience Award e Special Jury Award,
Sarasota Film Festival – Audience Award.

Agora, isto de nada vale se uma distribuidora não se chegar à frente e disser Meus senhores, nós acreditamos no vosso potencial, e estamos dispostos a pagar uma pipa de massa para levar isto às salas. Não terão sido estas as exactas palavras da Freestyle Releasing, mas deve ter andado lá perto. O que importa relevar aqui é que um dos primeiros pequenos grandes filmes de 2009 conseguiu abrir uma porta e, a partir daqui, as possibilidades são infinitas. Sobretudo para Hal Holbrook. Ontem, Ryan Adams escrevia no Awards Daily:

Holbrook channels the loneliness of his Oscar-nominated turn in Into the Wild and adds layer after salty layer, creating a feisty protagonist we can adore one moment and pity in the next. His wrinkled visage sags with an old man’s bone weariness, while his shoulders carry the earned respect of a lifelong, successful farmer. Holbrook’s blue eyes alone hold acting classes: sparkling with Abner’s distinctively mischievous wit and intelligence; welling full of sadness, grief and regret; and icing over with a steely, mean determination to make things right at any cost. It’s a gravelly role Clint Eastwood might relish, and yet not play half as soulfully”.

Apesar da sua portentosa interpretação em Into the Wild, muitos foram ainda aqueles que ficaram surpreendidos pela sua nomeação aos Oscars. Não é de admirar. Para a maioria, Hal Holbrook soa a marca de pickles que vem com o sufixo & Sons atrás. E, nisto da Academia de Hollywood, o peso de um nome tem muito que se lhe diga. Num ano em que interpretações de colossos como Colin Firth, George Clooney, Matt Damon e Michael Sheen já foram atiradas para a fogueira, duvidamos que o desempenho de Holbrook resulte em algo mais do que meras faíscas. Mas, é esperar para ver.

Bruno Ramos

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segunda-feira, setembro 28, 2009

Get Low, só em 2010.

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Ainda não tínhamos falado aqui deste filme, mas há já algum tempo que andamos de olho nele. Quem, como nós, se perde com facilidade por essas ondas cibernéticas dedicadas à sétima arte, terá seguramente já ouvido falar de Get Low, película de Aaron Schneider com Robert Duvall e Bill Murray nos principais papéis. O título de Schneider passou por Toronto e, de arrasto, levou consigo todos os superlativos utilizados habitualmente por críticos embasbacados. O filme, em fórmula de fábula versus lenda, versa sobre um ermita do Tennessee na década de 30 que leva a cabo o seu próprio funeral. De há duas semanas a esta parte que Get Low tem sido um dos títulos mais em voga, e que mais buzz tem gerado. Sobretudo devido a Duvall, com muitos a colocarem a interpretação do actor no rol das melhores do ano, e com fortes possibilidades de chegar ao Oscar. Sobre o filme, disse Monica Bartyzel do Collider:

It’s the journey to this revelation - what happened all those decades before - that makes “Get Low” a wonderful piece of filmmaking. Every moment tops the next, adding another layer to the story while never failing to keep it engaging and entertaining”.

Já Scott Weinberg, do Cinematical, teve a dizer o seguinte:

You never know when you're going to get blindsided by a very good film, especially if you're fortunate enough to attend film festivals like Toronto, Sundance, and/or South By Southwest. Sometimes that "ultra-hot ticket" delivers a big fat dud of a film, and other times you just find yourself sitting in front of a film you know nothing about -- and it's just freakin' great. Such is most certainly the case with Aaron Schneider's Get Low, an excellent little dramatic piece that's awash in humanity, warmth, insight, and wit”.

São frases destas que nos empurram de olhos fechados e com expectativas elevadas para as salas de cinema. E, são frases como estas que nos deixam ansiosos à espera da estreia. Contudo, era só uma questão de tempo até levarmos com o balde de água de fria. Que chegou no final da semana passada, quando se ficou a saber que a Sony Pictures Classics tenciona lançar o filme apenas lá para meados de 2010. A corrida aos Oscars de 2009 fica fora dos planos. Ao que parece, a companhia prefere apostar nas valências de Coco Before Chanel, An Education, Broken Embraces e A Prophet. E, como não há dinheiro para suportar todas as campanhas, Duvall terá de ficar em stand by.

Bruno Ramos

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Dr. Poster.

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Bruno Ramos

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A Nightmare on Elm Street - Teaser.

A admissão de medo pressupõe uma fraqueza difícil de classificar. Reconhecer que nos acagassámos com algo é daquelas coisas que justifica sempre uma análise psicométrica detalhada, com recurso, se preciso, a baterias de testes que pretendam avaliar a dinâmica cognitiva e as suas falhas. Eufemisticamente falando, particularidades. Sim, porque a resposta fisiológica encontra sempre matriz correspondente no sistema nervoso. Mesmo que reflexa. Agora, não é de medo que importa aqui falar, pois não é isso que o teaser de A Nightmare on Elm Street suscita. Aquilo que resulta deste teaser é mais aquele mal-estar provocado por umas unhas por cortar que se arrastam ao longo de uma esferovite. A mais incómoda das sensações. Porque, se há teaser incómodo é este. Aliás, a estreia de Samuel Bayer na realização ganha, para já, o título para o teaser mais desconcertante do ano. Primeiro, porque não suscita medo. Segundo, porque faz lembrar unhas por cortar há meses que se arrastam ao longo de uma esferovite. Já o tínhamos dito. Agora, se calhar, a ideia de não amedrontar o espectador, na pacatez da sua casa, com um mero teaser, até não é mal pensada. Deixem-no entrar na sala, contente da vida, à espera de um filme de sonho, e dêem-lhe o oposto. Aí sim, valerá a pena ter pesadelos.


Bruno Ramos

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sexta-feira, setembro 18, 2009

One man show.

Quem tiver já na sua posse a Premiere de Setembro, poderá constatar, na contracapa, que o próximo trabalho de Steven Soderbergh terá, entre nós, o nome de O Delator!. Parece-nos sensato chamar a atenção para este particular, no dia em que veio a público qualquer coisa sobre o telefone da mais importante figura de Estado estar, aparentemente, sob escuta. Quer dizer, não se sabe. Diz que está, mas não é certo. Suspeita-se. Parece-nos mas é que andam por aí delatores a inventar delatores onde estes não existem. O que faz sempre lembrar aquela quadra do inigualável António Aleixo.

Sei que pareço um ladrão
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são
São aquilo que eu pareço.

Enfim, teríamos todo o prazer em dedicar todo um post a António Aleixo, mas fiquemo-nos por uma análise a The Informant. As primeiras criticas a chegar à net dão para tudo. Alvo dos maiores elogios, tem sido Matt Damon, pelo seu formoso Mark Whitacre. Para a grande maioria, Damon parece ser a estrela da companhia, e aquele que mais contribui para puxar o filme para cima. Ainda assim, a ovação não parece dar o balanço suficiente que qualquer actor precisa, para aguentar a dureza da corrida que agora principia. Por enquanto, Damon vai figurando nas listas dos principais candidatos a um Oscar. Contudo, não será uma grande surpresa ver o nome do actor riscado lá mais para a frente.

Entre aqueles que morreram de amores por The Informant, encontra-se Roger Ebert. O critico-mor deu quatro estrelas, e escreveu o que abaixo se cita.

“The Informant! is fascinating in the way it reveals two levels of events, not always visible to each other or to the audience. A second viewing would be rewarding, knowing what we find out. Matt Damon’s performance is deceptively bland. Whitacre comes from a world of true-blue Downstate people, without affectations, surrounded by some of the richest farmland in the world. His determination to wear the wire leads to situations where discovery seems inevitable, but he’s seemingly so feckless that suspicion seems misplaced. What he’s up to, is in some ways, so very simple. Even if it has the FBI guys banging their heads against the wall”.

Quem parece não ter gostado do filme, nem pintado, foi Kenneth Turan, do LA Times.

Like these, “The Informant!” was made by Soderbergh largely to amuse himself. He read a story about a real-life corporate whistle-blower and decided, for reasons only he knows, that it had the makings of a wacky comedy starring an overweight Matt Damon. The result, not unlike those sounds only dogs can hear, is not the most promising way to involve people outside the director’s inner circle”.

Que saudades do consensualismo em torno de Traffic.

Bruno Ramos

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The Men Who Stare at Goats - Poster.

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Bruno Ramos

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Catalogar.

Há certas afirmações que, parecendo terem o propósito de elucidar, mais não servem do que para confundir um tipo já de si meio confuso. Coisas como Um Woody Allen razoável é melhor que um Wolfgang Petersen brilhante, ou Matt Damon é o novo Bruce Willis, mas talentoso, até podem ter a melhor das intenções. Contudo, quando espremidas, resultam num vácuo perfeito. Se é para dizer que o filme de Allen não presta, caramba, que se diga. Se o objectivo é dizer que Damon, por vezes, também não dá uma para a caixa, força. Agora, não nos venham com paninhos quentes. Dar uma no cravo e outra na ferradura, é tentativa vã de agradar a gregos e troianos. E, como sabemos – não apenas os gregos e os troianos, mas a humanidade no seu todo, e no seu particular –, é complicado agradar a ambas as partes. Todd McCarthy começa a sua apreciação a A Serious Man, na Variety, da seguinte maneira.

A Serious Man is the kind of picture you get to make after you've won an Oscar”.

O que pretenderá Todd McCarthy dizer com isto? Que tipo de filmes tendem os realizadores a fazer, depois de serem galardoados com um Oscar? Estará McCarthy a referir-se a The Godfather – Part II e The Conversation, títulos com que Coppola deu continuadade à sua carreira depois de The Godfather? Ou, estará McCarthy a pensar em Doctor Zhivago, obra realizada por David Lean após o belíssimo Lawrence of Arabia? Ou, será ainda o caso de Letters From Iwo Jima, de Clint Eastwood, depois de Million Dollar Baby? Estamos em crer que não. Parece-nos, acima de tudo, que McCarthy é daqueles que não acredita ainda que Nim é uma palavra. Contudo, há já mais de uma década, Ana Maria Lucas mostrou-nos que o vocábulo existe. E, hoje, a Premiere vem defender o carácter avaliador do termo. Se se podem dar três estrelas a um filme, porque carga de água não se pode dizer que o filme não é sim, nem sopas. É sipas! Porque, colocar tudo no mesmo saco, dizendo que o último dos Coen é o típico filme pós-Oscar, é que nos parece desagradável. Felizmente, há quem tenha gostado do filme, e não foi de modas. Como Richard Corliss, da Time.

A Serious Man, which has its world premiere tonight at the Toronto Film Festival before opening in theaters Oct. 2, is a rare event in movies, where action is character. It's certainly rare for the Coens, in that this is one fable — Miller's Crossing might be another — that is worth taking seriously”.

Lá para o final da critica, Corliss vai ainda mais longe, metendo Deus ao barulho e tudo. Agora, o que gostaríamos de relevar aqui, não é tanto o que é dito por alguns críticos. Mas, o que não é dito. Talvez Todd McCarthy seja o tipo de critico que se renasce depois de se ter esquecido porque é que gosta de Cinema.

Bruno Ramos

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França → Un Prophète.

Não tinha nada que saber. Naquela que será, porventura, a noticia mais previsível da última hora e meia, ficámos a saber há pouco que a França decidiu submeter Un Prophète aos Oscars de 2009. Surpreendente. Aqui pela redacção, apenas o caríssimo José Vieira Mendes teve oportunidade de ver o título de Jacques Audiard, aquando da sua passagem por Cannes. Segundo o próprio, numa palavra, o filme é magnifico. Es magnifique. Em França, os aplausos foram mais que muitos. A obra de Audiard entrou directamente para o Hall of Fame da sétima arte francesa, e o cineasta viu o seu nome colocado lá nos píncaros. Agora, não podemos escamotear uma outra questão. Se nos parece quase certo que o filme chegará aos cinco finalistas, porque raio estamos em crer, com igual grau de convicção, que dificilmente arrebatará o troféu? Chamem-lhe Sindroma Entre les Murs. Chamem o que quiserem. Mas, temos para nós que qualquer título francês continuará a partir sempre em desvantagem na corrida ao galardão máximo de Hollywood. A não ser que Hollywood se mude para França. Aí, já cá não está quem falou.

Bruno Ramos

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quinta-feira, setembro 17, 2009

Pré-pré-candidatos.

Não há como negá-lo. A época da caça ao prémio abriu, e é tudo a fazer-se aos galardões de Hollywood. Imaginemos uma gigantesca grande área, se quisermos. Esta é aquela altura do ano em que, por o terreno estar ainda a dar para o molhado, toda a gente mergulha no relvado, a ver se cola. Por estes dias, o mínimo toque em Hollywood serve para um filme se fazer ao penalti. E, quem diz um filme, diz uma interpretação. Nesta fase, dá vontade dizer que a Academia tem uma tarefa impossível em mãos. Reduzir os 79 hipotéticos candidatos a um Oscar a míseros cinco finalistas. Talvez tenha sido essa a principal razão para, na categoria de Melhor Filme, a lista ter passado a ser de dez. Sempre se trabalha um bocadinho menos. E, aquilo é gente que não gosta de suar por dá cá aquela palha. A não Matthew McConaughey, que todos os dias faz questão de correr só porque sim. Mas, desviamo-nos do tema central. O fazer-se ao prémio. Karen Durbin, do NY Times, é daquelas que gosta de dar um empurrão àqueles que começam já a inclinar-se para o chão, não vá a brisa ser insuficiente. Durbin fala-nos de Christian McKay, em Me and Orson Welles; Catalina Saavedra, em The Maid; Carey Mulligan, em An Education, e Robin Wright Penn, em The Lives of Pippa Lee. Contudo, as palavras que gostariamos de destacar, dizem respeito a Gabourey Sidibe, de Precious. Esta senhora parece ter sido mesmo castigada em zona proibitiva, e tudo aponta para a marcação de um castigo máximo. Não é simulação. Há falta.

Ms. Sidibe makes Precious a sympathetic figure but not a sentimental one. The toll her suffering takes is evident in the brusque way she rebuffs the overtures of a younger abused child in her building. She softens when kindness and help enter her life, but only gradually and with glints of sardonic humor in her eyes. Nobody knows the trouble she’s seen — until she finally begins to talk about it. And a moment comes when she suddenly gives a prized possession, her silky red scarf, to the girl in her building, as if passing a baton to the next runner in a long and terrible race”.

Bruno Ramos

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A Christmas Carol - Trailer.

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A excitação em torno de A Christmas Carol, de Robert Zemeckis, já conheceu melhores dias. Neste particular, aquela velha máxima do Se não os podes vencer, junta-te a eles, parece ter a sua razão de ser. Desde o primeiro teaser, têm-se ouvido vozes um pouco por toda a parte a mandar vir com as imagens apresentadas. Que mais parecem o video introdutório de um título platinum para a PlayStation 2. Em boa verdade, no inicio, fomos resistindo a esta ideia. Sobretudo, porque as primeiras imagens costumam ser enganadoras. Aquilo que veio à baila há já alguns meses, podia muito bem não ter ainda passado pela peneira da mediocridade. Contudo, a cerca de dois meses da estreia em solo norte-americano, temos de convir que há aqui qualquer coisa que não bate certo. Ou o controlo de qualidade da Disney anda a dormir, ou Zemeckis não parece mesmo talhado para o CGI. O que é pena. Sobretudo para Zemeckis. Poucos são os cineastas que demonstram, com tamanho à vontade, a sua preferência por um determinado estilo. No entanto, com o tempo, temos vindo a constatar que talvez esta união nunca venha a trazer resultados por aí além. O que, lá está, mais uma vez, é pena. Zemeckis ama o CGI. Mas, o CGI não ama Zemeckis. Amor não correspondido dá chatice. E, como entre marido e mulher não se mete a colher, muitos decidem já, com base neste ultimo trailer, nem sequer meter os pés numa sala de Cinema. O que não é o nosso caso. Um bom arrufo matrimonial é das melhores coisas de se ver. Alguém ousa dizer que The War of the Roses (Danny DeVito, 1988) não é um filmaço?

Bruno Ramos

terça-feira, setembro 15, 2009

Patrick Swayze (1952-2009).

Ghost deixou-nos num longo suspiro. Norte e Sul arrastava-nos religiosamente para a frente do televisor. Mas, hoje, a frase é outra. Nobody puts Patrick in the corner.

Bruno Ramos

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quinta-feira, setembro 10, 2009

Premiere de Setembro (Sim, estamos vivos!)


Caros Leitores,

Vimos por este meio pedir as mais sinceras desculpas pelo enorme atraso que a Premiere de Setembro está a sofrer. Este mês existiram complicações de ordem técnica, alheias à linha editorial, que impossibilitaram a saída da revista mais cedo para as bancas e a casa dos seus assinantes. Existem outras revistas que estão com o mesmo problema em mãos, mas já se encontra tudo resolvido. Como tal, a partir do início da próxima semana, a Premiere vai estar numa banca perto de si.

Para deixar água na boca mostramos a capa de mês, cujo privilégio coube a Penélope Cruz e ao seu novo filme com Pedro Almodóvar, Abraços Desfeitos. Para Outubro, as novidades serão outras e igualmente... sexys! Até ao final do ano antecipamos já os títulos mais marcantes. Já estamos por isso a todo o gás a trabalhar nisso e vamos evitar, naquilo que pudermos, que este incidente se volte a passar. De resto, estamos vivos sim (contrariando quem tanto insiste que vamos fechar) e com toda a garra possível.

Uma vez mais, um sincero obrigado pela compreensão e as respeitosas desculpas a todos.

A Redacção.

quarta-feira, setembro 09, 2009

The Princess and the Frog - 2º Trailer.

Sem meias medidas, de The Princess and The Frog esperamos o Efeito Shrek. Quem tiver curiosidade em saber mais sobre este fenómeno cinematográfico, a Wikipedia é capaz de oferecer alguns esclarecimentos. No fundo, o que este postulado no diz é que as emoções são tanto mais intensas, quanto menor for a sua previsibilidade. O ideal é ir mesmo contra o paradigma. Fantasiando uma história com príncipes e fadas madrinhas, não há muito por onde escolher. Os protagonistas são feitos à imagem de Vénus e Apolo, e a fábula termina com toda a gente felize para todo sempre. No entanto, segundo o Efeito Shrek, a coisa pode descarrilar, e não necessariamente para o torto. A maioria dos comentários ao mais recente trailer de The Princess and The Frog diz Ai, mais um filme Disney para criancinhas, ou Ui, mais um filme Disney a puxar à lagrimazinha fácil. Se nos dão licença, procederemos agora ao copy/paste de todas estas considerações. Se o Efeito Shrek vier ao de cima, convém ter algures um baú das reacções estapafúrfidias.

Bruno Ramos

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The Ugly Truth.

As comédias românticas são como os bitoques. Dita a ordem natural das coisas que, aquando das primeiras experiências gastronómicas fora de portas, tenhamos por hábito pedir o prato que vá mais de encontro à nossa parca noção da moral e bons costumes. Aliás, na altura, nem somos bem nós que o pedimos. Alguém com mais discernimento fá-lo por nós. Porque não se pode envergonhar toda a família perante o simpático casal na mesa do lado, convém que os pais se cheguem à frente solicitando o prato que ofereça menos possibilidades de chafurdice. Se nenhum pedaço de comida acabar no chão, é uma noite ganha. De igual modo, no reino da sétima arte, quando começamos a abraçar obras que extravasam o domínio da animação, uma voz controladora insiste em determinar aquilo que nos chega à mesa. A ementa é vastíssima, contudo, a comédia romântica, aos olhos dos progenitores, é algo que fica sempre bem. Depois da introdução do Pai Natal no imaginário infantil, nada como fazer ver ao petiz que existe um propósito claro na vida. Fazer rir e amar. Tal como o bitoque, a comédia romântica é inofensiva. Sobretudo, se vista ainda durante o período de latência. Nessa fase, nem mesmo as piadas mais grosseiras são entendidas pelo pré-púbere. É ouro sobre azul. O problema vem mais tarde. Com o passar dos anos, descobrimos que o menu esconde mais do que um Bife à Mickey. Com o tempo, vimos a saber que um bocado de drama nunca fez mal a ninguém, e que Cupido não tem a destreza de Guilherme Tell. Um bitoque será sempre um bitoque. Contudo, para surpreender a criança dentro de nós, convirá que seja servido com um molhinho de leite, ou uma salada avinagrada. Para refrescar o espírito não basta copiar memórias. É preciso dar-lhes um toque especial. Da mesma maneira, para que The Ugly Truth não fosse apenas mais um título entre os demais, tinha dado jeito que Robert Luketic tivesse deitado a mão de outra forma ao argumento de Nicole Eastman e Karen Lutz. Contudo, acreditamos que a matéria prima não tenha dado mesmo para muito mais. É pena. Porque, apesar de um bitoque vir sempre a calhar, já não é isso que nos eleva à Heavyside Layer. E, no fundo, é isto que temos a dizer sobre o filme de Luketic. É um bitoque.

Bruno Ramos

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terça-feira, setembro 08, 2009

Química.

Será que quando Le Châtelier dissertou sobre as alterações de temperatura e concentrações de reagentes, num sistema químico em equilíbrio, estava já a considerar as faíscas que saltariam do ecrã entre Vivien Leigh e Clark Gable?

Alvy Singer

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segunda-feira, setembro 07, 2009

The White Ribbon - Trailer.

Trailer internacional do filme de Michael Haneke, vencedor da Palma de Ouro.

Bruno Ramos

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Capitalism: A Love Story.

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Outro que por aí anda a fazer as delicias dos venezianos, e dos que não o são mas que, por estes dias, também param em terras e águas venezianas é Capitalism: A Love Story. Numa altura em que os norte-americanos se pelam a argumentar a implementação de um Plano Nacional de Saúde, o novo de Michael Moore promete acalorar ainda mais discussões, já de si pouco de arejadas. É que é um mofo que não se pode. Agora, já Patton dizia “Quando todos pensam da mesma maneira, alguém não está a pensar”. Saúde-se, pois então, a divergência intelectual. Capítulo em que Moore sempre foi rei e senhor. O novo documentário de Michael Moore parece ter encontrado novamente o centro nevrálgico do tópico em análise, e deixado o pobre espectador a contorcer-se na cadeira com aquelas dúvidas para as quais nunca há resposta fácil.

Xan Brook, que afirma ter apreciado ainda mais Fahrenheit 9/11, escreveu no Guardian.

The big villain, of course, is capitalism itself, which the film paints as a wily old philanderer intent on lining the pockets of the few at the expense of the many. America, enthuses a leaked Citibank report, is now a modern-day “plutonomy” where the top 1% of the population control 95% of the wealth. Does Barack Obama’s election spell an end to all this? The director has his doubts, pointing out that Goldman Sachs – depicted here as the principal agent of wickedness – was the largest private contributor to the Obama campaign”.

Leslie Felperin, da Variety, vai mais longe. Considera este um dos melhores trabalhos de Moore.

By returning to his roots, professional gadfly Michael Moore turns in one of his best films with “Capitalism: A Love Story.” Pic’s target is less capitalism qua capitalism than the banking industry, which Moore skewers ruthlessly, explaining last year’s economic meltdown in terms a sixth-grader could understand. That said, there’s still plenty here to annoy right-wingers, as well as those who, however much they agree with Moore’s politics, just can’t stomach his oversimplification, on-the-nose sentimentality and goofball japery. Whether “Capitalism” matches “Fahrenheit 9/11″ or underperforms like Sicko” will depend on how much workers of the world are ready to unite behind the message”.

Será um Inverno quente em Washington D.C..

Bruno Ramos

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O Cinema ao serviço da democracia.

Sabe Sr. Dr. Paulo Portas, há um filme que se chama Eu Sei o que Fizeste no Verão Passado”. Daí para cá, a série de debates tem sido um tédio. E, mesmo a deixa de o nosso PM poderia ter sido melhor aproveitada se Portas sacasse de uma catana, saltasse para cima da mesa e se saísse com um horripilante “Sabes mesmo?”. A abstenção desceria a pique.

Bruno Ramos

Um projéctil chamado Up in the Air.

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Os textos são como as pessoas. Há os menos e os mais arrojados. Por sua vez, as pessoas são como as pizzas. A base é a mesma, o que difere são os toppings. Há uns dias deparámo-nos com um texto deveras arrojado, seguramente cozinhado por um tipo que aprecia toppings mais picantes. A prosa versava sobre as valências do trabalho de Jason Reitman, e de como estas o aproximavam a passos largos do legado de Billy Wilder. A constatação não pretendia comparar atributos, mas apenas alertar para o facto de, caso Up in the Air venha a ser um sucesso a toda a linha, talvez comece a fazer sentido afirmar que Reitman é o justo herdeiro ao trono que Wilder deixou vazio. O do realizador que privilegia, antes de tudo o mais, a qualidade do argumento. Não pretendemos fazer disto um cavalo de batalha, contudo, já que de equídeos se fala, não os coloquemos à frente da carroça. As reacções à exibição em Telluride transportam o filme para um patamar elevado, mas não de forma segura. A força gravitacional ainda puxa a mais recente película de Reitman para a mediania que é a troposfera. De um modo geral, o filme conquistou o coração – se é que essa é a parte a ser conquistada – da audiência. Anne Thompson, do Indiewire, não tem grandes contemplações.

Writer-director Jason Reitman (and obsessive airline mile collector) played the crowd like a pro, hoping that the movie would live up to their expectations. He didn’t need to worry. The director, who debuted Juno here two years ago at the same theater, delivers a winner”.

Kris Tapley, do InContention, idem idem, aspas aspas.

But the star of the production is Jason Reitman, who has crafted a screenplay both profound and entertaining, one with comedic rhythms that sing and emotional beats that resonate. That the effort is wrapped, on the surface, in a very timely tale that will hit the zeitgeist at just the right moment is testament to his patience with the project, one that has been nourished from a harmless romp, through a life accentuated by significant change, into a work of art”.

Agora, melhor mesmo é o desabafo de Sasha Stone no Awards Daily.

And our friend in Telluride emailed to say that it’s a perfect role for Clooney. It should be mentioned, though, that one hopes the hype does not kill the movie. From what I’m reading, it is not Slumdog Millionaire – and it won’t be an across-the-board crowdpleaser”.

Não se parece com Slumdog Millionaire? Óptimo.

Alvy Singer

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Em Veneza, sê cinéfilo.

Diz-se por aí ao desbarato que as gentes de Veneza têm o rei na barriga. Mal fora. Se Jesus Cristo caminhou sobre a água, eles vivem em cima dela. Nestas condições, o quero, posso e mando torna-se tão natural como a sua e a nossa sede. Uma das primeiras noções aritméticas que nos é transmitida, aquando do ensinamento das diferentes operações, é que poucas são as coisas verdadeiramente iguais. E, diz quem já passou por lá, que não existe mesmo nada por aí que se assemelhe ao Éden de Gustav von Aschenbach. Mais. Que o molde se perdeu numa noite de maré cheia, que na corrente trouxe o alla carbonara como moeda de troca. Junte-se a tudo isto a existência do mais antigo Festival de Cinema, e nada nos resta senão aceitar que esta malta só pode ter motivos para se orgulhar de ser anfíbia e cinéfila por natureza.

Nos anos mais recentes, o Lido foi hipocentro do buzz de diversas obras. Tal como Cannes, Sundance, Toronto ou Berlim, Veneza pode ser o Extreme Makeover – referência do catano – de qualquer película. À hora a que este post é confeccionado, já diversas reacções a The Road (John Hillcoat) ou Life During Wartime (Todd Solondz) podem ser encontradas por essa net fora, à vista desarmada. As últimas edições serviram para catapultar The Queen, Brokeback Mountain, Atonement ou The Wrestler. Veremos o que os próximos dias nos reservam e se alguém toma a dianteira. Para já, The Road convence sem deslumbrar, e Life During Wartime surpreende mesmo tratando-se de um Solondz. Por aqui, continuamos tranquilamente a roer as unhas, à espera das exibições de Mr. Nobody (Jaco van Dormael) e A Single Man (Tom Ford). O novo de Michael Moore também chama por nós, e os primeiros textos deixam antever maravilhas. Já a seguir falaremos de um que deixou toda a gente no ar.

Bruno Ramos

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sexta-feira, setembro 04, 2009

Hackers.

Era uma vez um computador que resolveu ir de férias antes de tempo. Era uma vez um anti-virus que sempre se havia recusado a pactuar com activações de conta e, a meio de Agosto, achou por bem deixar a máquina com ele todo ao léu, sem qualquer tipo de protector. Solar ou doutra espécie. Era uma vez uma Internet que deixou de reconhecer servidores e, sem aviso prévio, passou a achar que Google deveria ser um recôndito monumento do Neolítico recém descoberto, lá para os lados da Ilha da Páscoa. Era uma vez um cinéfilo com descanso marcado para final do mês passado. Era uma vez um cinéfilo, o tal, que, já desgastado pelas inúmeras falcatruas desse desleal aparelho, decidiu deixá-lo nas mãos de um mago que se apresentava com remédio santo. Doutoramento na área do Format c:. Hoje, mais leve, livre de trojans e cookies de toda a ordem, o sacana até parece outro. Não importa a forma, mas sim o conteúdo. São razões semelhantes que nos levam a gostar, ainda e sempre, de Russell Crowe.

Alvy Singer

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